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Europa desafia Tesla e constrói megafábricas de baterias

As megafábricas de baterias estão prestes a chegar à Europa, desafiando a liderança que a Tesla está a construir com a sua fábrica de Nevada e abrindo caminho para uma mudança mais rápida rumo à energia verde para carros e distribuidoras de electricidade.

Reuters
27 de Maio de 2017 às 12:00
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No passado dia 22 de Maio, a chanceler alemã, Angela Merkel, deu início à construção de uma fábrica de 500 milhões de euros para a montagem de unidades de armazenamento de energia de iões de lítio para a Daimler, que produz carros de luxo Mercedes-Benz e Maybach.

 

A instalação, localizada a 130 quilómetros a sul de Berlim, destaca o impulso das grandes fabricantes de automóveis e das companhias de energia rumo ao armazenamento de energia.

 

A tecnologia é crucial para alimentar a próxima geração de veículos verdes e para armazenar a electricidade dos parques eólicos e solares para quando for mais necessária. Com dois sectores dominantes a moverem-se na mesma direcção, é provável que o custo das baterias caia rapidamente, segundo a Bloomberg New Energy Finance.

 

"À medida que os custos das baterias forem caindo e a sua densidade energética for aumentando, poderemos ver carros movidos a bateria mais baratos do que os seus equivalentes movidos à queima de combustível em 2030", disse Nikolas Soulopoulos, analista da unidade de "research" da Bloomberg LP em Londres.

 

A capacidade global de produção de baterias deverá mais do que duplicar até 2021, chegando a 278 gigawatts-hora, contra cerca de 103 gigawatts-hora actualmente, segundo a BNEF. A participação de mercado da Europa deverá quase duplicar, face aos atuais 2,5%, nesse período.

 

As fábricas em grande escala planeadas na Suécia, na Hungria e na Polónia, além da unidade de montagem de baterias da Daimler na Alemanha, deverão alimentar a procura de fabricantes de veículos como a Volkswagen e a Renault. Isso reduzirá o custo dos conjuntos de iões de lítio em 43% e transformará os carros eléctricos em realidade para as massas, estima a unidade de "research".

 

No caso das distribuidoras de electricidade, as baterias mais baratas reduzem o custo das unidades de armazenamento, o que melhora os fluxos variáveis de energia eléctrica para a rede a partir de fontes renováveis. Na Enel, a maior distribuidora da Itália, a combinação de uma bateria com um parque eólico ajudou as gestoras da rede a melhorarem, até 30%, as projecções para a produção de electricidade.

 

"As baterias são claramente um factor-chave para a penetração das energias renováveis", disse Riccardo Amoroso, chefe de inovação da Enel. "Vimos resultados impressionantes nos nossos projectos-piloto de escala industrial, especialmente em termos de aumento da programação e redução da intermitência".

 

De forma similar, a finlandesa Fortum está a testar baterias para o seu plano de um gigawatt para projectos solares e eólicos, segundo o director financeiro Markus Rauramo.

 

Usadas desde o início da década de 1990 na electrónica de consumo, como computadores e telefones, as baterias de iões de lítio deram um salto para os sectores dos transportes e energia. Mas, devido ao seu custo, a sua aplicação na rede e em carros só agora está a começar a disseminar-se. O "boom" das baterias será mais evidente para os consumidores nos veículos eléctricos, já que a maioria das grandes fabricantes de veículos planeia modelos "plug-in" até meados da próxima década.

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