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Marques dos Santos: Banco de Portugal acompanhava "permanentemente" o Banif

O Banco de Portugal fazia a supervisão de várias empresas do grupo Banif. E também seguia as relações entre as sociedades, que a gestão pretendia antecipar, segundo o líder do banco entre 2010 e 2012.

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29 de Março de 2016 às 11:21
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O grupo Banif tinha várias empresas e as que se inseriam na área financeira, incluindo a sua accionista Rentipar Financeira, estavam sob o olhar do regulador da banca, segundo o presidente do banco entre 2010 e 2012.  

"Eram empresas acompanhadas permanentemente pelo Banco de Portugal", sublinhou Joaquim Marques dos Santos na audição desta terça-feira, 29 de Março, da comissão parlamentar de inquérito ao Banif.

Em causa estavam a Rentipar Financeira (sociedade controlada pelo fundador Horácio Roque) mas também empresas como o Banif Mais. O Banif SGPS, por sua vez, "prestava contas porque era cotado em bolsa e tinha obrigações perante a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários".

Nesse sentido, em resposta à bloquista Mariana Mortágua, Marques dos Santos – que foi administrador do banco desde a fundação em 1988 até 2012 (e presidente da administração nos últimos dois anos), assegurou que houve um acompanhamento dos reguladores.

Em relação às operações feitas entre as empresas do grupo, nomeadamente a seguradora Açoreana, Marques dos Santos afirmou que havia um limite máximo que era respeitado: "Se passássemos, tomávamos logo medidas, antes mesmo de o Banco de Portugal [fazer o alerta]", disse.

Na audição, Joaquim Marques dos Santos afastou quaisquer responsabilidades após 2012, quando deixou de presidir à administração do banco, dizendo que só teve acesso a informações sobre o banco pela comunicação social. Por esse motivo, não soube explicar o motivo pelo qual havia necessidades de capital de 400 milhões de euros no início de 2012 (detectadas na análise feita pela PwC por ordem da troika) e, no final do ano, a injecção feita pelo Estado ter sido de 1,1 mil milhões. A análise feita pela PwC foi determinada pelo Banco de Portugal, segundo disse o antigo gestor à deputada centrista Cecília Meireles.

Marques dos Santos foi a primeira personalidade a ser ouvida na comissão parlamentar de inquérito ao Banif, banco que recebeu uma injecção de 1,1 mil milhões de euros estatais em 2013 e, dois anos depois, foi alvo de uma medida de resolução, que custou mais 2.255 milhões de euros públicos e implicou a venda por 150 milhões ao Santander Totta.

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