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Jorge Tomé ataca contratação de consultora pelo Banco de Portugal
O antigo presidente executivo do Banif levanta dúvidas sobre um eventual conflito de interesses com a Oliver Wyman, que assessorou o regulador no plano de reestruturação do Banif e, depois, esteve a apoiar o processo de resolução do mesmo banco.
Nas várias críticas que deixou ao Banco de Portugal na audição da comissão de inquérito ao Banif, Jorge Tomé também quis deixar um ataque relativo à contratação da consultora Oliver Wyman.
"Como pode uma entidade ter isenção no processo de capitalização e, em particular, no plano de reestruturação quando, na pendência desse contrato, é contratada pelo Banco de Portugal para assistir na resolução?", questionou Jorge Tomé na audição desta terça-feira, 29 de Março.
Segundo Jorge Tomé, a Oliver Wyman estava subcontratada pelo Banco de Portugal, via Rotschild, para apoiar o plano de reestruturação e de capitalização – necessários desde a injecção de 1,1 mil milhões de euros em 2013.
Contudo, e tal como o Negócios avançou, a mesma consultora foi contratada por 1,8 mil milhões de euros num contrato que vigorou entre 21 de Outubro e 31 de Dezembro, nomeadamente pela unidade de resolução. O Banif foi alvo de uma intervenção a 20 de Dezembro de 2015.
"Esteve a Oliver Wyman sentada nos dois lados?", interrogou-se Jorge Tomé, na sua intervenção inicial. "Será que o Banco de Portugal e o Fundo de Resolução esqueceram-se de uma matéria tão sensível que é a temática dos conflitos de interesse", continuou.
Jorge Tomé foi a segunda personalidade ouvida na comissão parlamentar de inquérito ao Banif.