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Jorge Tomé admite que houve "gestão dolosa" no Brasil

Quando entrou no Banif, em 2012, começou por destituir a equipa de gestão do banco do Banif no Brasil. "O dossiê Brasil justifica quase outra comissão de inquérito", chutou.

Miguel Baltazar/Negócios
29 de Março de 2016 às 18:39
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Jorge Tomé, que liderou o Banif entre 2012 e 2015, considera que a gestão do Banif Brasil, até à sua entrada, promoveu irregularidades. "Uma gestão – diria – dolosa", declarou o antigo responsável do banco na audição da comissão de inquérito ao Banif.

 

Quando chegou ao banco, Jorge Tomé, vindo da Caixa Geral de Depósitos, tomou a decisão de destituir a equipa de gestão daquela unidade. E assume que há várias investigações.

 

"Foram abertas auditorias forenses no Brasil. Tudo aquilo está em investigação", declarou, em resposta à deputada bloquista Mariana Mortágua. "O dossiê Brasil justifica quase outra comissão de inquérito".

 

Instado a comentar que tipo de operações levantam críticas, Jorge Tomé falou em crédito não garantido, muitas vezes com garantias não registadas.

 

Segundo o próprio, apenas 10% do crédito concedido pela unidade brasileira é recuperável. O resto foi consumido pelas reservas que se tiveram de constituir para precaver imparidades decorrentes das perdas com os empréstimos concedidos.

 

Apesar disso, Jorge Tomé defende que conseguiu levar o Banif a uma reestruturação que estava a caminho da rentabilidade em 2015. Mas uma conjugação de factores, nomeadamente um "volte-face do Banco de Portugal" após contactos com a Direcção-Geral da Concorrência da Comissão Europeia, em Novembro de 2015, acabou por levar à resolução do banco, na opinião do ex-CEO.

 

Jorge Tomé foi a segunda personalidade ouvida na comissão de inquérito ao Banif. O primeiro, Joaquim Marques dos Santos, que presidiu ao banco entre 2010 e 2012, admitiu que havia operações "que não eram as mais correctas" no Brasil e falou também em processos em curso, assumindo que é visado num deles. "Devia ter verificado e não verifiquei", disse. 

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