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O que disse Marques dos Santos na primeira audição da comissão de inquérito
Joaquim Marques dos Santos presidiu à administração do Banif entre 2010 e 2012. Mas esteve no banco desde a sua fundação, em 1988. Mas afastou responsabilidades.
Foi a primeira audição da comissão de inquérito ao Banif. Começou pelas 9:30 e durou até por volta das 12:30 desta terça-feira, 29 de Março.
Joaquim Marques dos Santos começou por dizer que, desde que saiu do banco em 2012, deixou de ter conhecimento directo sobre a sua situação. O gestor que sucedeu ao fundador Horácio Roque afasta responsabilidades a partir desse momento.
Um dos pontos que Marques dos Santos não sabe explicar é como é que deixou o banco, em 2012, com a ideia de que havia necessidades de capital de 400 milhões de euros e como é que, no final desse ano, o Tesouro português teve de acordar a injecção de 1,1 mil milhões de euros.
Mas havia uma certeza: "o banco não estava falido", segundo garantiu Marques dos Santos.
Certo é que, nos últimos anos em que esteve na presidência da administração, Marques dos Santos diz que o Banco de Portugal acompanhava "permanentemente" as várias sociedades que pertenciam ao grupo Banif.
Houve, aliás, uma auditoria forense determinada pelo Banco de Portugal mas da qual os deputados não tinham conhecimento – nem Joaquim Marques dos Santos. Motivo para que PS e PSD tenham pedido a sua entrega à comissão de inquérito.
Falando em surpresas sobre o que aconteceu no banco, o antigo braço direito de Horácio Roque mostrou também surpresas com a misteriosa compra de acções do banco pelo Estado angolano, nos anos 90, numa operação que acabou por nunca ser concretizada.