"O Banif, em 2012, era um banco muito, muito mau. Era um banco péssimo". A qualificação é de António Varela, o nome escolhido pelo Governo para, em 2013, na sequência da injecção de 1,1 mil milhões de euros, representar o Estado na administração do banco. 

Segundo António Varela, o banco "tinha uma estratégia completamente errada". "Enquanto os restantes bancos estavam a diminuir de tamanho, o Banif mais do que tinha duplicado", criticou António Varela.

A expansão internacional do banco também foi fortemente criticada. O Banif "tinha feito investimentos completamente disparatados no Brasil e em Espanha", atacou.

O ex-representante do Estado disse que não gostaria de qualificar o tipo de política de concessão de crédito mas avançou que estava "concentrada em meia dúzia de clientes", além de uma excessiva exposição ao imobiliário.

Para António Varela, uma das provas de que o Banif era um banco mau era o facto de não ter um sistema informático próprio.

Varela foi escolhido para a equipa não executiva do Banif quando Jorge Tomé era o líder da comissão. Luís Amado era o presidente da administração. Até 2012, Joaquim Marques dos Santos foi o líder do banco, que ocupou o cargo em 2012 aquando da morte do fundado do banco, Horácio Roque. 

António Varela está a ser ouvido na comissão parlamentar de inquérito ao Banif.