Notícia
Euribor sobem a três meses pela 4.ª sessão consecutiva e descem a seis e 12 meses
Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados desta segunda-feira.
Euribor sobem a três meses pela 4.ª sessão consecutiva e descem a seis e 12 meses
A Euribor subiu hoje a três meses pela quarta sessão consecutiva e desceu a seis e a 12 meses, face a sexta-feira.
Com as alterações de hoje, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter descido as taxas diretoras em 25 pontos base na passada quinta-feira, a taxa a três meses, que avançou para 2,547%, continuou acima da taxa a seis meses (2,390%) e da taxa a 12 meses (2,461%).
A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro de 2024 a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, recuou hoje para 2,390%, menos 0,018 pontos.
Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a janeiro indicam que a Euribor a seis meses representava 37,75% do 'stock' de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que as Euribor a 12 e a três meses representavam 32,52% e 25,57%, respetivamente.
No prazo de 12 meses, a taxa Euribor também baixou, para 2,461%, menos 0,020 pontos.
Em sentido contrário, a Euribor a três meses subiu hoje pela quarta sessão consecutiva, ao ser fixada em 2,547%, mais 0,018 pontos.
A taxa Euribor a três meses entra no cálculo da taxa base dos Certificados de Aforro, que é determinada mensalmente no antepenúltimo dia útil de cada mês, para vigorar durante o mês seguinte, e não pode ser superior a 2,50% nem inferior a 0%.
A taxa de juro bruta para novas subscrições de Certificados de Aforro, Série F, foi fixada de novo em 2,500% em março de 2025.
Em termos mensais, a média da Euribor em fevereiro voltou a descer a três e a seis meses.
A Euribor a 12 meses, que tinha subido em janeiro pela primeira vez depois de nove meses a cair, também desceu em fevereiro.
Assim, a média da Euribor a três, seis e a 12 meses em fevereiro desceu 0,177 pontos para 2,525% a três meses, 0,154 pontos para 2,460% a seis meses e 0,118 pontos para 2,407% a 12 meses.
Como antecipado pelos mercados, o BCE decidiu em 05 de março reduzir, pela quinta vez consecutiva em seis meses, as taxas de juro diretoras em um quarto de ponto, para 2,5%.
A presidente do BCE, Christine Lagarde, deu a entender que a instituição está preparada para interromper os cortes das taxas de juro em abril, numa altura em que os juros das dívidas soberanas estão a subir.
A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 16 e 17 de abril em Frankfurt.
As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.
Europa pintada de vermelho. Hipótese de recessão nos EUA faz soar alarmes
As bolsas europeias estão a negociar no vermelho esta segunda-feira, num momento em que o mercado digere ainda as preocupações com o crescimento económico dos EUA e o impacto das tarifas.
O sentimento de aversão ao risco iniciado na passada semana parece estar a aumentar ainda mais, isto depois de Donald Trump ter admitido que os EUA podem, de facto, atravessar um "período de transição" e, possivelmente, uma recessão, em reação à imposição das tarifas a parceiros comerciais.
A esta hora, o "benchmark" para a negociação europeia, o Stoxx 600, recua 0,29% para 551,76 pontos, com quase todas as praças a negociarem em território negativo. Os setores da banca, da construção e da tecnologia são os que mais caem esta manhã, com perdas de mais de 1%. Aliás, a construção foi precisamente o setor que escapou às perdas em bolsa na semana passada, mas parece não estar a ter sorte no início desta semana.
Já a defesa, que tem vivido um bom momento à boleia dos planos de investimento do bloco no setor, continua a subir perto de 1%, com empresas como a Rheinmetall e a Renk a subirem perto de 4%.
Quanto aos movimentos de mercado, a Traton cedeu mais de 4% depois de não ter cumprido as expetativas para margens deste ano e de a empresa ter afirmado que é demasiado cedo para declarar uma reviravolta europeia.
A Bayer sobe mais de 1% depois de se saber que a empresa quer avançar com um aumento de capital substancial para fazer face a mais custos legai relacionados com os produtos da empresa.
Já a Ryanair pula 1,15% depois de a empresa ter anunciado que tanto os cidadãos da União Europeia como os de outros países poderem investir em ações ordinárias da companhia aérea.
Entre as principais praças europeias, o alemão DAX perde 0,43%, o francês CAC-40 recua 0,13%, o italiano FTSEMIB cai 0,24%, enquanto o espanhol IBEX 35 retrai 0,94% e o britânico FTSE 100 regista um decréscimo de 0,22%. Já o holandês AEX perde 0,14%.
Juros aliviam na Zona Euro com investidores à procura de ativos seguros
Os juros das dívidas soberanas dos países da Zona Euro estão a aliviar neste arranque de semana, com os investidores a privilegiarem ativos mais seguros, como é o caso das obrigações.
Os juros das "Bunds" alemãs, com maturidade a dez anos e de referência para a região, recuam 2,2 pontos base para 2,812%, enquanto as "yields" francesas cedem 2,7 pontos para 3,523%.
Entre os países do sul da Europa, os juros da dívida portuguesa encontram-se a aliviar 0,9 pontos para 3,336%. Já os da dívida espanhola perdem 3,1 pontos para 3,462% e os das obrigações italianas registam um decréscimo de 2,6 pontos para 3,929%.
Fora da Zona Euro, as "yields" do Reino Unido aliviam 1 ponto para 4,630%.
Dólar cai com hipótese de recessão nos EUA. Iene ganha terreno
A divisa nipónica está a valorizar face às principais divisas, isto depois de se saber que o salário base do Japão aumentou 3,1% em janeiro, o maior avanço desde outubro de 1992, apoiando novas subidas das taxas de juro. Já o dólar norte-americano recua devido ao aumento do desemprego nos EUA e as declarações de Jerome Powell, presidente da Reserva Federal, sobre o risco de um abrandamento na economia.
O Presidente dos EUA reforçou ainda a ideia de abrandamento na maior economia do mundo, já que Donald Trump acredita que o país vai enfrentar um "período de transição" devido às mudanças que está a impor, sobretudo no que toca a tarifas.
O índice do dólar da Bloomberg perde 0,06%, estendendo as perdas da semana passada de 2,3%, a pior desde 2022.
O euro avança 0,08% para 1,0842 dólares, enquanto a nota verde perde 0,52% para 147,27 ienes. Também o euro recua 0,42% para 159,69 ienes.
Já o euro, que registou a melhor semana desde 2009 na passada sexta-feira, segue com ligeiros ganhos à espera de mais desenvolvimentos sobre as tarifas de Trump e os gastos dos países do bloco em defesa.
Ouro pressionado pela "falta de pressa" da Fed
O ouro está a recuar esta segunda-feira, enquanto os investidores pesam um cenário de recessão e um "período de transição" nos EUA - posto em cima da mesa pelo próprio Presidente, Donald Trump -, e o facto de a Reserva Federal (Fed) não ter pressa para cortar as taxas de juro tão cedo, apesar de reconhecer incertezas económicas crescentes, segundo o presidente Jerome Powell, em declarações na passada sexta-feira.
O metal amarelo cede 0,17% para 2.904,27 dólares por onça, após ter valorizado quase 2% na última semana.
"Dados económicos dos EUA mais fracos e preocupações com uma recessão aumentaram as expetativas de corte de juros, que são todas favoráveis ao ouro", considerou Zhu Shanying, analista da CITIC Futures, em declarações à Bloomberg. Ainda assim, o ouro pode estar limitado antes que a Fed anuncie a sua próxima decisão de política monetária no final deste mês.
A pressionar o metal precioso estão ainda preocupações com uma onda de deflação na China, o maior comprador de ouro no mundo, isto depois de em fevereiro a inflação no consumidor ter caído abaixo de zero, a primeira vez em 13 meses.
Petróleo inalterado após "recessão" nos EUA e ameaças de deflação na China
Os preços do petróleo estão a negociar na linha d'água, enquanto os investidores pesam os mais recentes desenvolvimentos nas tarifas, a abertura de torneiras pela OPEP+ e os dados da inflação na China, que levantam preocupações sobre a procura no maior importador de crude do mundo.
O Brent - de referência para o continente europeu - segue praticamanete inalterado face à última sessão, nos 70,36 dólares. O West Texas Intermediate (WTI) - de referência para os EUA – desvaloriza modestos 0,04% para 67,01 dólares.
A inflação na China caiu mais do que o esperado, ficando abaixo de zero pela primeira vez em 13 meses, o que faz soar os alarmes de deflação no maior comprador de petróleo do mundo.
Mas o foco dos mercados continua a ser as tarifas. Donald Trump disse, em entrevista à Fox News, que a economia norte-americana enfrentava um "período de transição" e que os cidadãos vão enfrentar dificuldades depois da onda de tarifas impostas pelo Presidente, não excluindo ainda uma recessão devido a estas medidas.
Inflação na China pressiona ações asiáticas. Europa aponta para ganhos
As bolsas asiáticas encerraram a primeira sessão da semana no vermelho, num momento em que os investidores digerem os dados de inflação da maior economia do continente asiático e ainda tentam decifrar o futuro da economia com as tarifas de Trump. Pela Europa, as praças apontam para uma abertura em alta, com o Euro Stoxx 50 a subir 0,7%.
Na China, o índice de preços no consumidor de fevereiro recuou caiu muito mais do que o previsto, caindo abaixo de zero pela primeira vez em 13 meses. Os investidores estão à procura de sinais de que os pacotes de estímulos do Governo se estão de facto a tradzuir numa procura interna mais forte.
Em paralelo, a escalada da tensão comercial com os EUA e o Canadá mantêm-se, isto depois de Pequim ter anunciado que vai impor também tarifas sobre importações de produtos canadianos, como óleo e carne de porco. O Hang Seng, de Hong Kong, e o Shanghai Composite caíram 1,6% e 0,3%, respetivamente.
Pelo Japão, o Topix perdeu 1,6% e, em contraciclo, o Nikkei avançou 0,3%. Na Coreia do Sul, o Kospi ganhou 0,27%.
Na Europa, o cenário tem sido otimista, numa altura em que os investidores se animam com o aumento da despesa em defesa do bloco, ao mesmo tempo que a Alemanha se afasta da austeridade fiscal.