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Fantasma da recessão afunda Wall Street. Sete Magníficas perdem 760 mil milhões

O setor tecnológico foi o mais afetado pelos comentários de Donald Trump, que admitiu uma recessão económica este ano como dano colateral da sua política comercial. O Nasdaq Composite viveu a pior sessão desde setembro de 2022.

Mark Lennihan/AP
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Os principais índices norte-americanos terminaram o dia com perdas avultadas, numa altura em que crescem os receios de uma recessão económica nos EUA – confirmados pelo próprio Presidente do país, Donald Trump, este domingo. Os comentários do republicano lançaram o caos nos mercados globais, mas o setor mais atingido foi mesmo o tecnológico, com as "Sete Magníficas" a perderem mais de 760 mil milhões de dólares em capitalização bolsista num só dia.

O tecnológico Nasdaq Composite foi o mais castigado entre os principais índices norte-americanos e encerrou a sessão desta segunda-feira com a maior queda desde setembro de 2022, ao desvalorizar 4% para 17.468,32 pontos. Por sua vez, o S&P 500 caiu 2,70% para 5.614,56 pontos e o industrial Dow Jones cedeu 2,08% para 41.911,71 pontos.

O otimismo em torno da eleição de Donald Trump parece já ter completamente evaporado nos mercados norte-americanos, com a política comercial do Presidente a ser a principal responsável pelos recuos. O S&P 500, que atingiu máximos históricos há menos de um mês, negoceia agora 8,5% abaixo desse valor, enquanto o Nasdaq já recuou mais de 12% desde o recorde atingido em fevereiro.

A registar o maior tombo entre as "sete magníficas" está a Tesla, que afundou 15,43% para 222,15 dólares, anulando completamente os ganhos registado após a eleição do republicano no início de novembro do ano passado. A pressionar está uma redução do "target" e uma descida das previsões de entregas de carros no trimestre pelo UBS. Os analistas ouvidos pelo Wall Street Journal associam também o movimento a uma vontade dos investidores de se afastarem das ações da fabricante devido às associações políticas de Elon Musk.

Por sua vez, a Nvidia afundou 5,07%, a Apple perdeu 4,85%, a Meta recuou 4,42%, enquanto a Alphabet regitou um decréscimo de 4,41% e a Microsoft desvalorizou 3,34%. A Amazon foi a menos afetada por esta "sangria" nas "sete magníficas", mas mesmo assim encerrou a negociação a ceder 2,36%. Ao todo, este grupo seleto de empresas perdeu mais de 760 mil milhões de dólares em capitalização bolsista num só dia.  

A ajudar a todos os fatores que têm pressionado os mercados norte-americanos - onde podemos encontrar variados riscos geopolíticos, elevada volatilidade e ainda uma inflação e taxas de juro elevadas -, o posicionamento de vários "players" importantes do setor financeiro está a ajudar a acumulação de pessimismo. Esta segunda-feira, o HSBC decidiu reduzir a sua exposição ao mercado acionista dos EUA.

O Índice VIX,  conhecido como "Índice do Medo", disparou quase 4 pontos esta segunda-feira e atingiu o nível mais elevado desde 18 de dezembro do ano passado, demonstrando a forte volatilidade que os mercados norte-americanos enfrentam neste momento. "Os ‘bull markets’ não morrem de velhice, mas morrem do medo. E não há nada que os investidores temam mais do que uma recessão", explica Sam Stovall, estratega de investimento da CFRA Research, à Reuters.

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