Está revelado o plano proposto pela
Fiat Chrysler para estreitar a aliança com a Renault. A fabricante italiana apresentou uma proposta para avançar com uma fusão das duas empresas, o que resultaria num grupo detido em 50% pelos acionistas da Fiat e em iguais 50% pelos da Renault. A avançar, a operação daria origem à terceira maior fabricante automóvel do mundo. As ações da Fiat já chegaram a disparar mais de 19% esta manhã, depois de conhecido o plano.
A proposta foi revelada, esta segunda-feira, 27 de maio, em
comunicado de imprensa publicado pela Fiat. O plano prevê que o negócio combinado das duas empresas resulte no aumento da produção anual para um total de 8,7 milhões de veículos, com um volume de negócios de 170 mil milhões de euros e lucros superiores a 8 mil milhões.
As "sinergias" alcançadas através da fusão resultariam numa poupança de custos superior a 5 mil milhões de euros por ano. Já os custos de implementação da fusão deverão fixar-se entre os 3 e os 4 mil milhões de euros, um valor que será compensado pelas poupanças conseguidas logo no primeiro ano. Assim, a partir do segundo ano, o resultado da operação já será positivo.
O plano de fusão prevê também que a empresa resultante seja englobada numa holding holandesa e cotada nas bolsas de Milão, Paris e Nova Iorque. O atual chairman da Fiat Chrysler, John Elkann, ficaria com este mesmo cargo na nova empresa, enquanto o chairman da Renault, Dominique Senard, assumiria o cargo de presidente executivo, segundo avançaram à Reuters fontes ligadas ao processo. O conselho de administração contaria ainda com um representante da Nissan, atualmente parceira da Renault.
A Fiat refere ainda que a operação representaria um prémio de 10% para os acionistas da Renault e garante que não implica o encerramento de fábricas.
Juntas, as duas empresas produziram 8,7 milhões de veículos no ano passado, um número que só fica atrás da Volkswagen e da Toyota, que fabricaram ambas mais de 10 milhões de unidades. Já em termos de capitalização bolsista, as duas empresas passariam a valer, juntas, 32,6 mil milhões de euros, tendo em conta a cotação de fecho da última sexta-feira.
A Renault ainda não se pronunciou sobre este plano e adiantou apenas que, esta manhã, a administração irá reunir-se para discuti-lo.
Na reação a este anúncio, as ações da Fiat estão a valorizar, por esta altura, 12,6% para os 12,90 euros por ação, mas já chegaram a disparar 19,48% esta manhã. Desde o início do ano, os títulos da fabricante italiana já valorizam mais de 12%. Também a Renault está a reagir em alta, a subir 12,23% para os 56,10 euros por ação.