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PSA e Fiat Chrysler exploram parceria na Europa
O líder da PSA, o português Carlos Tavares, garante que "não há negociações específicas e avançadas a decorrer" entre a empresa que lidera e outro fabricante. Mas a Bloomberg avança que estão a PSA e a Fiat Chrysler estão em negociações preliminares.
O grupo PSA e Fiat Chrysler estão a explorar uma parceria para partilha de investimentos com vista à construção de carros na Europa, segundo fontes próximas do processo negocial.
O fabricante de automóveis francês e o rival ítalo-americano têm tido negociações preliminares com o objetivo de colaborarem numa "super plataforma" – que é a base para um modelo automóvel – para reduzir os seus custos de investimento nesta região altamente competitiva, revelaram as mesmas fontes que pediram anonimato porque as discussões têm sido privadas.
As negociações preliminares podem ser anunciadas no final do primeiro semestre do ano, revelou uma das fontes.
O presidente executivo da PSA, Carlos Tavares, afirmou no início do mês que a sua empresa está preparada para aproveita oportunidades para crescer, menos de um ano depois de ter integrado as marcas Opel e Vauxhall, compradas à General Motors. O CEO da Fiat Chrysler, Mike Manley, afirmou na mesma altura em que "obviamente olharia" para um negócio que tornasse o fabricante ítalo-americano mais forte, incluindo alianças e fusões.
Qualquer eventual parceria vai incluir a partilha de investimentos nos carros elétricos, adiantaram as mesmas fontes. A venda de carros elétricos deve observar um "boom" mundial para 60 milhões de viaturas vendidas em 2040 de cerca de 2,2 milhões em 2019, de acordo com as estimativas da Bloomberg.
"Não há uma única fabricante que possa suportar sozinha a dimensão dos investimentos necessários para desenvolver plataformas para este tipo de veículos inteligentes e híbridos que vão chegar à estrada nos próximos anos", afirmou Carlo Alberto Carnevale Maffe, professor na universidade de Bocconi, em Milão.
"Negociações entre a PSA e a DCA, bem como entre a BMW e a Daimler, são um sinal claro de que a indústria precisa de encontrar um novo equilíbrio de concorrência" porque será "inevitável haver cooperação no desenvolvimento tecnológico e nas infraestruturas", acrescentou.
O porta-voz da PSA recusou comentar, recordando apenas os comentários já feitos por Carlos Tavares ao Wall Street Journal, no sábado. O português disse que a empresa não está a analisar um alvo "específico" para uma parceria e que não está em negociações "avançadas" com ninguém.
"Temos discussões contínuas com os nossos parceiros", afirmou Tavares em resposta ao WSJ, quando questionado sobre potenciais negociações com a Fiat. "Não há um alvo específico – não há negociações específicas e avançadas a decorrer", sublinhou.