Notícia
PS sobe e está à frente da AD, mas empate técnico mantém-se
Socialistas crescem ligeiramente face a inquérito de janeiro, para 25% das intenções de voto. Coligação que sustenta o governo de Montenegro perde quase 1 ponto percentual para 23,5%. O inquérito decorreu já no período da crise, entre 4 e 10 de março.
A polémica em torno da empresa Spinumviva, que obrigou o primeiro-ministro a enfrentar duas moções de censura no Parlamento e a apresentar uma moção de confiança que será votada esta terça-feira, parece ter penalizado o Governo de Luís Montenegro que no último barómetro da Intercampus cai nas intenções de voto dos portugueses.
A sondagem para o Negócios, CM e CMTV mostra que se as legislativas fossem hoje o PS ficaria à frente da coligação que apoia o Executivo de Luís Montenegro, a Aliança Democrática (AD), com 25% das intenções de voto.
Face ao último inquérito, do final de janeiro, a votação no partido liderado por Pedro Nuno Santos sobe ligeiramente face aos 24,7% registados então. O reforço é de 0,3 pontos percentuais. Já a AD cai quase um ponto percentual de 24,4% para 23,5%.
A recolha de dados decorreu já no período alto da crise política, entre os dias 4 e 10 de março, coincidindo com as duas moções de censura - a primeira de iniciativa do Chega e a segunda do PCP - e do anuncio pelo primeiro-ministro da apresentação de uma moção de confiança.
A descida das intenções de voto na AD ganha maior dimensão já que Luís Montenegro tem vindo a ser confrontado com dúvidas sobre a atividade da empresa familiar Spinumviva e o facto de esta manter avenças enquanto Luís Montenegro exerce o cargo de primeiro-ministro, nomeadamente o pagamento mensal de 4.500 euros provenientes do grupo Solverde.
Também o Conselho Regional do Porto da Ordem dos Advogados abriu uma averiguação à Spinumviva por suspeitas de procuradoria ilícita.
Ainda que os socialistas cresçam nas intenções de votos, parecendo ganhar terreno num momento em que Montenegro aparenta estar mais fragilizado, o certo é que o empate técnico entre os dois maiores partidos não se desfaz. A margem de erro do presente barómetro é de 3,9%.
Num cenário de possíveis coligações, e assumindo que a AD exclui o Chega, a esquerda consegue quase 40% das intenções de voto, ficando à frente de uma aliança entre PSD, IL e CDS (30,5%). Nesta sondagem, no entanto, não foram extrapolados mandatos para cada um dos partidos.
Chega não reforça, mas Iniciativa Liberal sobe
O Chega de André Ventura não capitaliza o momento de maior fragilidade do Governo de Luís Montenegro, mantendo a mesma votação face ao último barómetro: 15,2%.
Pelo contrário, a Iniciativa Liberal (IL) de Rui Rocha consegue reforçar-se este mês, avançando nas intenções de voto de 6,1% para 7%. No último comentário semanal na TVI, Paulo Portas chegou a sugeriu que num cenário de eleições antecipadas a AD deveria fazer uma coligação pré-eleitoral com os liberais.
"Eu se fosse a AD tentaria juntar a Iniciativa Liberal à coligação, antes das eleições. Isso daria às pessoas uma perspetiva de estabilidade. O resultado, beneficiando do método Hondt, poderia ficar muito perto de quase maioria e até desativaria uma outra coisa que acho possível, que é o PS tentar juntar o Livre à sua própria frente", afirmou o também ex-presidente do CDS no passado domingo.
À esquerda, o Bloco de Mariana Mortágua cai 0,4 pontos nas intenções de voto face ao último barómetro, de 5,2% para 4,8%. Já a CDU mantém-se inalterada nos 3%, tal como o PAN que segura os 3% do último inquérito.
Quanto ao Livre de Rui Tavares - que também tem vindo a ser apontado como possível parceiro de coligação do PS num cenário de legislativas antecipadas - reforça a votação face ao final de janeiro, de 3,4% para 3,9%.
Os indecisos nesta sondagem aumentam ligeiramente de 12,3% para 12,7%.
FICHA TÉCNICA
Objetivo: Sondagem realizada pela Intercampus para a CMTV, com o objetivo de conhecer a opinião dos portugueses sobre diversos temas da política nacional, incluindo a intenção de voto em eleições legislativas. Universo: População portuguesa, com 18 e mais anos de idade, eleitoralmente recenseada, residente em Portugal Continental. Amostra: A amostra é constituída por 620 entrevistas, com distribuição proporcional por género, idade e região. Seleção da amostra: A seleção do lar fez-se através da geração aleatória de números de telefone fixo/móvel. No lar a seleção do respondente foi realizada através do método de quotas de género e idade (3 grupos). Foi elaborada uma matriz de quotas por Região (NUTSII), Género e Idade, com base nos dados do Recenseamento Eleitoral da População Portuguesa (31/12/2023) da Direção-Geral da Administração Interna (DGAI). Recolha da Informação: A informação foi recolhida através de entrevista telefónica, em total privacidade. Os trabalhos de campo decorreram de 4 a 10 de março de 2025. Margem de Erro: O erro máximo de amostragem deste estudo, para um intervalo de confiança de 95%, é de 3,9%. Taxa de Resposta: A taxa de resposta obtida neste estudo foi de: 60,8%.