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Renault vende oferta da Fiat à Nissan. Fabricante japonesa diz que não se opõe

A Nissan não pode bloquear a fusão, mas a Renault e a Fiat querem a fabricante japonesa envolvida, já que o grupo resultante desta operação produziria 15 milhões de carros por ano, tornando-se no líder mundial.

Jean-Dominique Senard, presidente da Renault. Reuters
29 de Maio de 2019 às 11:22
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O presidente da Renault, Jean-Dominique Senard, está em Tóquio para convencer a parceira Nissan das vantagens da proposta de fusão apresentada pela Fiat Chrysler no início desta semana. A informação é avançada, esta quarta-feira, 29 de maio, pela Bloomberg, que indica que o presidente executivo da Nissan já manifestou disponibilidade para estudar esta operação.

A proposta apresentada pela Fiat prevê uma fusão da fabricante automóvel com a Renault, o que resultaria num grupo detido em 50% pelos atuais acionistas das duas empresas. O plano prevê que o negócio combinado das duas empresas resulte no aumento da produção anual para um total de 8,7 milhões de veículos, com um volume de negócios de 170 mil milhões de euros e lucros superiores a 8 mil milhões.

Parceira da Renault há duas décadas, a Nissan não detém uma posição acionista de controlo, que permita bloquear a operação se a Renault decidir avançar com ela. Contudo, tanto o grupo francês como a Fiat querem a fabricante japonesa envolvida no negócio, já que, se aceitar participar, o grupo resultante produziria um total de 15 milhões de carros por ano, tornando-se no líder mundial. Por outro lado, a Nissan assume uma importância crítica no acesso aos mercados da China, Japão e o resto da Ásia, bem como à tecnologia de carros elétricos.

Para a Nissan, as vantagens estariam, sobretudo, relacionadas com uma maior participação na liderança da empresa resultante da operação. Atualmente, a Nissan detém 15% do capital da Renault, mas não tem lugar na administração nem tem direitos de voto. A proposta da Fiat prevê que a fabricante japonesa passe não só a ter um lugar na administração, como fique com direitos de voto de 7,5%. Ao mesmo tempo, a fusão virá diluir a participação do Estado francês no capital da Renault, outro ponto que atrai a Nissan.

A caminho da reunião que decorreu esta quarta-feira entre a Nissan e a Renault, o presidente executivo da fabricante japonesa afirmou aos jornalistas que está a estudar a proposta. "Pode haver oportunidades, mas quero olhar para a proposta com atenção, do ponto de vista da Nissan", afirmou, citado pela Bloomberg.

Mais tarde, o jornal japonês Nikkei avançou que a Nissan já terá informado a Renault de que não se opõe à fusão com a Fiat. Esta informação ainda não foi, contudo, confirmada oficialmente. Seja como for, o mesmo jornal adianta, citando uma fonte ligada a este processo, que há ainda "muitos detalhes que têm de ser trabalhados" antes de a Nissan oficializar a sua posição.
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