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Carlos Tavares diz que Fiat quer “virtualmente comprar” a Renault
O CEO do grupo PSA (Peugeot Citroën), Carlos Tavares, critica a proposta de fusão apresentada pela Fiat Chrysler Automobiles (FCA) à Renault e diz que o grupo italo-americano pretende “virtualmente comprar” a fabricante automóvel francesa.
Carlos Tavares, CEO do grupo PSA (Peugeot Citroën), não poupa nas críticas à proposta de fusão apresentada pela Fiat Chrysler Automobiles (FCA) à Renault e diz que o grupo italo-americano pretende "virtualmente comprar" a fabricante automóvel francesa, noticia esta quarta-feira a Bloomberg, citando um memorando interno do gestor português.
Segundo a Bloomberg, no memorando, enviado segunda-feira por Carlos Tavares a executivos de topo do grupo PSA, a proposta de fusão apresentada segunda-feira pela FCA é duramente criticada. No início deste ano, o grupo PSA esteve em negociações com a FCA para uma parceria.
"A transação proposta pela Fiat Chrysler aparenta ser particularmente oportunista e largamente em benefício próprio", escreve Carlos Tavares, referindo-se a perda de valor da Renault após os problemas na aliança da marca francesa com a Nissan depois da detenção, no final do ano passado, de Carlos Ghosn, ex-presidente da Nissan e da Renault.
O CEO do grupo PSA admite, ainda assim, que "para a Renault, este poderá ser um trunfo nas discussões com a Nissan, mas também poderá enfraquecer a aliança ou mesmo pôr-lhe um fim".
"O valor de mercado da Renault [com as ações em torno de mínimos de cinco anos] explica em grande medida o interesse da Fiat na fusão. O negócio é uma "aquisição virtual da Renault pela Fiat", refere o memorando interno.
Carlos Tavares aponta ainda riscos de gestão e "governance" que a fusão FCA-Renault acarreta, referindo também a possibilidade de serem necessários "remédios" para evitar problemas de concorrência.
O negócio irá "abrir um período de fragilidade para os vários atores", conclui o documento.
Contatado pela Bloomberg, um porta-voz do grupo PSA recusou comentar o tema.