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Vai abrir a primeira fábrica norte-americana em Cuba desde a revolução

Mais de 50 anos depois, será construída uma fábrica norte-americana em solo cubano. Os Estados Unidos viabilizaram o projecto de dois cidadãos norte-americanos, que vão construir uma fábrica de tractores em Cuba.

Reuters
15 de Fevereiro de 2016 às 19:35
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Horace Clemmons e Saul Berenthal são os dois sócios de uma empresa sediada no Alabama que receberam luz verde das autoridades norte-americanas para construírem uma fábrica de tractores em Cuba. Será a primeira fábrica norte-americana em Cuba em mais de 50 anos, depois do movimento revolucionário liderado por Fidel Castro ter derrubado Fulgencio Batista em 1959.

 

A fábrica deverá ter uma capacidade para construir cerca de mil pequenos tractores por ano, para serem vendidos a pequenos agricultores cubanos. Segundo a CBS, o Departamento do Tesouro norte-americano notificou, ainda na semana passada, os dois sócios de que poderão construir legalmente tractores e outros equipamentos numa zona económica especial criada pelo Governo cubano para atrair investimento privado estrangeiro.

 

As autoridades cubanas já demonstraram optimismo face ao projecto que Horace Clemmons e Saul Berenthal esperam ter pronto já no primeiro trimestre de 2017.

 

"Todos querem ir para Cuba vender alguma coisa e não é isso que pretendemos fazer. Estamos a olhar para o problema e perceber como é que podemos ajudar Cuba a resolver os problemas que eles consideram serem os mais importantes problemas por resolver", explicou Clemmons.

 

Este projecto custará entre 5 e 10 milhões de dólares e representa o primeiro investimento significativo feito em solo cubano por uma empresa norte-americana desde 1959, ano em que a revolução levada a cabo por Fidel nacionalizou, sem garantir qualquer compensação, as empresas e propriedades privadas norte-americanas, avaliadas em vários milhões de dólares, presente no território cubano. Decisão essa que levaria ao embargo comercial decretado pelo então presidente norte-americano Richard Nixon.

 

Este é assim mais um passo dado na direcção da normalização das relações diplomáticas e económicas entre os Estados Unidos e Cuba, que chegou a ser um território dominado pelos Estados Unidos depois de vencerem a guerra contra Espanha.

 

Após longos meses de conversações secretas, o processo foi oficialmente formalizado a 17 de Dezembro de 2014, quando Washington e Havana anunciaram o retomar das relações diplomáticas entre os dois países. Apesar dos progressos alcançados ao longo destes quase 15 meses desde o anúncio, Raúl Castro, irmão mais novo e sucessor de Fidel na condução dos destinos de Cuba, sustentava, em Dezembro de 2015, que não foram ainda conseguidos progressos em questões fundamentais como o levantamento efectivo do embargo comercial decretado por Washington contra Havana ou como a retirada norte-americana da base naval de Guantanamo. 

 

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