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Obama refere-se a diálogo "franco e frutuoso" com o seu homólogo de Cuba

O Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, congratulou-se no sábado, em conferência de imprensa, com o diálogo "franco e frutuoso" com o seu homólogo cubano Raúl Castro, à margem da VII Cimeira das Américas no Panamá.

12 de Abril de 2015 às 15:51
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"Foi uma conversa franca e frutuosa (...). Temos visões muito diferentes sobre a forma como a sociedade deve estar organizada. Fui muito directo com ele", declarou na tarde de sábado na Cidade do Panamá (madrugada de domingo em Portugal), após este encontro sem precedentes desde 1956.

 

Obama esclareceu que ainda não pode rever a recomendação do Departamento de Estado destinada a retirar Cuba da lista de países patrocinadores do terrorismo, pelo que não tomou uma decisão.

 

Obama compareceu numa conferência de imprensa no final da VII Cimeira das Américas, que decorreu na Cidade do Panamá e foi assinalada pelo histórico encontro de mais de uma hora que manteve com o seu homólogo cubano Raúl Castro, e que gerou expectativas sobre um possível anúncio sobre esta lista de países proscritos por Washington.

 

Ao referir-se ao encontro com Castro, o primeiro entre líderes de dois antigos adversários da Guerra Fria em mais de meio século, disse que foi uma conversa "sincera", durante a qual ambos tiveram oportunidade de "falar honestamente" sobre as suas divergências.

 

O Presidente dos EUA também considerou que "Cuba não é uma ameaça" para o seu país, quando previamente já tinha considerado a necessidade de "virar a página" nas relações entre Washington e Havana, num processo que vai exigir "paciência".

 

Neste âmbito, assegurou ainda que esta aproximação é apoiada por uma "forte maioria" nos dois países e

Temos visões muito diferentes sobre a forma como a sociedade deve estar organizada. Fui muito directo com ele.
 
Barack Obama

permitirá o aumento do comércio bilateral e das viagens, num processo "que será bom para o povo cubano".

 

À margem deste tema, que dominou o conclave das nações americanas, o líder norte-americano exortou os adversários de um acordo final com as grandes potências sobre o programa nuclear iraniano a não "boicotarem" as atuais perspectivas de sucesso.

 

"O que me preocupa é assegurar que [o acordo] não seja condenado à partida, ou que aqueles que se opõem a um qualquer acordo tentem utilizar argumentos para comprometer a possibilidade de um acordo", declarou. 

 

 
Obama e Maduro trocaram breves palavras à margem da Cimeira das Américas 

Obama trocou "breves palavras", este sábado, com o seu homólogo venezuelano, Nicolás Maduro, à margem da Cimeira das Américas, no Panamá, afirmou uma porta-voz da Casa Branca.

 

Obama defendeu um diálogo pacífico entre o governo e a oposição venezuelana e reiterou que os Estados não têm interesse em "ameaçar" a Venezuela mas antes "apoiar a democracia, a estabilidade e a prosperidade" naquele país e na região", disse aos jornalistas Katherine Vargas, porta-voz da Casa Branca.

 

A conversa, de cariz informal, durou aproximadamente dez minutos, após um encontro "casual" no centro de convenções que foi palco da cimeira.

 

Durante a sua intervenção na VII Cimeira das Américas, Nicolás Maduro manifestou o interesse em reunir-se com Obama e propôs redireccionar as relações bilaterais a partir de um diálogo baseado no mútuo respeito, mas condicionado a quatro pontos, incluindo um contemplando a revogação do decreto em que os Estados Unidos consideram a Venezuela uma "ameaça".

 

Este encontro foi o primeiro entre os dois líderes desde que Maduro chegou ao poder, sucedendo a Hugo Chavez, em Abril de 2013.

 

Cimeira "histórica" no Panamá

O Presidente do Panamá, Juan Carlos Varela, encerrou, este sábado, a "histórica" VII Cimeira das Américas que serviu de pano de fundo à reconciliação entre Estados Unidos e Cuba.

 

"Foi uma cimeira histórica (...). Estou certo de que marcará o início de uma nova era regida pelo diálogo respeitoso e cooperação na nossa região", afirmou o chefe de Estado do Panamá, no encerramento da cimeira de dois dias que juntou 35 líderes.

 

Juan Carlos Varela realçou que o Panamá, como país anfitrião, facilitou "um diálogo franco e respeitoso" entre líderes, sem fingir "unanimidade".

 

Os 35 países do continente americano alcançaram "acordo em 90% dos pontos" em torno dos eixos temáticos da saúde, educação, energia, ambiente, migração, segurança, participação civil e governabilidade democrática, propostos pelo Panamá como país organizador da cimeira, afirmou o chefe de Estado.

 

Já os aspectos sem consenso "ficaram 'ad referendum' [locução latina que significa para aprovação] de poucos países", acrescentou.

 

O Presidente do Panamá deu por encerrado o evento, anunciando que o Peru será a sede da VIII Cimeira das Américas, em 2018.

 

 

 

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