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EUA e Cuba reabrem embaixadas

Mais de meio século depois de terem estado de costas voltadas, Havana e Washington dão esta segunda-feira um passo para materializarem o reatar de relações diplomáticas. Na capital norte-americana será hasteada a bandeira cubana.

Reuters
Negócios 20 de Julho de 2015 às 10:38
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54 anos, seis meses e 17 dias depois de terem virado as costas, Cuba e Estados Unidos reabrem esta segunda-feira, 20 de Julho, as respectivas embaixadas em Washington e Havana. A contabilidade do tempo decorrido é feita pelo jornal El País, que sublinha a reabertura como um gesto simbólico do descongelamento das relações diplomáticas entre os dois países, que agora têm uma longa agenda de negociações pela frente.

As cerimónias oficiais estão planeadas em território norte-americano, com a bandeira cubana a ser hasteada na mansão que até agora abriga a Secção de Interesses de Cuba nos EUA, seguindo-se uma reunião entre o ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodriguez, e John Kerry, secretário de Estado norte-americano. Já em Havana, a transformação da delegação dos EUA em embaixada ocorrerá de forma discreta, sem que haja eventos planeados até ao momento, segundo a agência France Presse.

 

Entre as consequências imediatas deste acto simbólico, está o facto de os diplomatas de cada um dos países passarem a ter liberdade de circulação em todo o território, sem necessidade de autorização dos governos, salienta a France Presse. O apoio diplomático também irá gerar "confiança" entre os empresários americanos, que já não se sentirão "em território estrangeiro" ao tentar fazer negócios na ilha proibida, adiantou à agência Pedro Freyre, assessor jurídico para as empresas americanas em Cuba.

O reatamento das relações deverá igualmente gerar uma intensificação das viagens e das relações comerciais entre os dois territórios. Desde logo, a companhia aérea americana JetBlue já anunciou que começará a voar entre Nova York e Havana, enquanto a Airbnb adicionou Cuba ao seu catálogo, descreve a agência noticiosa.

 

Para Raúl Castro, nesta segunda-feira "começará uma nova etapa, longa e complexa, no caminho para a normalização das relações, e que necessitará de vontade para encontrar soluções para os problemas que se acumularam ao longo de cinco décadas e que afectaram os laços entre nossos países e povos".

Havana quer por exemplo que este virar de página se materialize no fim do embargo imposto à ilha em 1962, com efeitos devastadores na economia cubana, bem como a devolução da base naval de Guantánamo. Outra das exigências de Havana para a normalização de relações com Washington é, segundo a Lusa, que os EUA acabem com as "transmissões de rádio e televisão ilegais", eliminem programas para promover a "subversão e a desestabilização internas" e compensem o país "pelos danos humanos e económicos" que as políticas norte-americanas causaram.

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