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EUA eliminam mais sanções a Cuba

Desta vez são as áreas do comércio e do turismo a beneficiarem da melhoria da relação entre os dois "inimigos" históricos. Viajar e exportar para Cuba vai ficar mais fácil.

Reuters
26 de Janeiro de 2016 às 17:59
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A administração Obama decidiu reduzir uma vez mais a bateria de sanções aplicada há quase 60 anos à vizinha Cuba. As novas medidas, anunciadas esta terça-feira pelo secretário de Estado do Tesouro Jack Lew, passam por eliminar restrições ao pagamento de exportações de bens não-alimentares e facilitar as condições operacionais para o sector do turismo.

 

As alterações, que entrarão em vigor já esta quarta-feira, "eliminarão restrições aos termos de pagamento e financiamento para exportações e reexportações autorizadas para Cuba de bens à excepção dos agrícolas e das matérias-primas", refere um comunicado dos departamentos do Tesouro e Comércio

Aqueles bens alimentares e energéticos continuarão assim sujeitos ao embargo comercial de décadas, enquanto as restantes limitações serão decididas caso a caso. Já os bancos norte-americanos poderão passar a financiar a actividade exportadora de empresas dos EUA para Cuba, nomeadamente através de linhas de crédito. Até agora, os produtos vendidos a Cuba tinham de ser pagos antes da entrega ou transaccionados através de um país terceiro. 

No caso do turismo, tornar-se-á mais fácil para as companhias aéreas cubanas estabelecerem acordos com as pares norte-americanas em matéria de "leasing" de aeronaves, "code-sharing" (partilha de operações) e reserva contínua de lugares nos voos, aumentando também o fluxo turístico dos EUA para Cuba.

Será ainda incrementado o leque de autorizações de viagens para Cuba, tendo em conta a sua finalidade, incluindo agora as actividades ligadas aos media, produções artísticas, organização de eventos e de reuniões profissionais e a participação em projectos humanitários.

 

Este é mais um passo de Washington no caminho da normalização das relações historicamente degradadas entre os dois países, que reataram laços diplomáticos e uma aproximação desde o Verão passado. "As alterações de hoje (...) somam-se às acções do último ano e enviam uma mensagem clara ao mundo: os Estados Unidos estão comprometidos em permitir avanços económicos para o povo cubano". (...) Continuaremos a tomar as medidas necessárias para ajudar o povo cubano a alcançar a liberdade política e económica que merece", defendeu Jack Lew no comunicado.

As sanções norte-americanas a Havana datam dos anos 60, sendo agravadas para o capítulo das viagens na sequência da chamada "crise dos mísseis".

A primeira reaproximação política pública entre os dois países deu-se em Dezembro de 2013, quando o Presidente norte-americano Barack Obama e o seu homólogo cubano Raul Castro se cumprimentaram no funeral de Nelson Mandela, na África do Sul, uma imagem inédita.

O aperto de mão simbólico entre Barack Obama e Raul Castro.
O aperto de mão simbólico entre Barack Obama e Raul Castro. Reuters

Um ano depois, os países acordaram em reatar relações e, em Maio de 2015, Cuba foi retirada da lista de organizações terroristas. 

A 1 de Julho do ano passado, numa carta enviada ao Presidente cubano, Obama estendia a mão a Havana e anunciava o restabelecimento das ligações diplomáticas entre os dois países, que só se deu a 20 de Julho, data em que reabriram as embaixadas de ambos os países em Washington e na capital cubana, depois de 51 anos encerradas.

Em resposta à carta de Obama, Castro avisava que não poderia haver "relações normais" entre os dois países enquanto o "bloqueio económico, comercial e financeiro continuar". 

De então para cá, as cedências no embargo norte-americano e a reaproximação facilitaram as viagens de norte-americanos para a ilha, melhoraram as ligações telefónicas e permitiram a utilização de meios de pagamento electrónico em Cuba, entre outros. 

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