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Economia dispara no quarto trimestre e cresce 1,9% em 2024
Último trimestre do ano foi muito mais positivo do que o esperado. Economia cresceu 1,5% entre outubro e dezembro e deu o empurrão necessário para superar, ainda que ligeiramente, a meta do Governo para o conjunto do ano. PIB cresceu 1,9% em 2024.
Depois de ter escapado por pouco à estagnação no verão, a economia portuguesa acelerou fortemente no quarto trimestre de 2024, ao crescer 1,5% face ao trimestre anterior. O final do ano foi essencial para que, no conjunto do ano, o PIB avançasse 1,9% e ultrapassasse a meta do Governo.
Os dados foram divulgados nesta quarta-feira, 30 de janeiro, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e superam as estimativas mais otimistas dos analistas.
Os analistas esperavam uma aceleração da economia no quarto trimestre do ano passado, mas de dimensão inferior. As estimativas apontavam, em média, para um crescimento em cadeia de 0,8% (1% no máximo), o que colocaria o PIB a crescer 1,7% no conjunto do ano e, falhando, assim, a meta do Governo.
No Orçamento do Estado para 2025, o Ministério das Finanças tutelado por Joaquim Miranda Sarmento esperava que o PIB avançasse 1,8% em 2024. Ora, os dados agora divulgados pelo INE mostram que esse objetivo foi ultrapassado ligeiramente, em 0,1 pontos percentuais.
De acordo com o INE, entre outubro e dezembro, a economia portuguesa cresceu 1,5% face aos três meses anteriores. Recorde-se que, no terceiro trimestre, o PIB tinha escapado por pouco à estagnação, comprometendo a meta anual, ao crescer apenas 0,3% em cadeia (os números foram agora revistos pelo INE, que anteriormente tinha estimado um crescimento inferior em 0,1 pontos percentuais).
A forte aceleração da economia é justificada sobretudo pela procura externa líquida, que no final do ano voltou a ser positiva, depois de ter estado no vermelho nos dois trimestres anteriores, explica o INE. Ou seja, as exportações aumentaram mais do que as importações.
Por outro lado, o contributo da procura interna (que junta consumo público e privado e investimento) para o crescimento do PIB em cadeia diminuiu no quarto trimestre - "devido à redução do investimento", descreve o INE, acrescentando que essa redução "reflete o contributo negativo da variação de existências [ou seja, os saldos dos inventários] associado em grande medida ao comportamento dos fluxos de comércio internacional". E isso levou a uma diminuição em cadeia das importações.
Economia acelera também em termos homólogos
Também houve uma forte aceleração da economia em termos em termos homólogos, ou seja, comparando o quarto trimestre de 2024 com o mesmo período de 2023: o PIB cresceu 2,7%, quando no terceiro trimestre o avanço tinha sido de 2%.
Em termos homólogos, "o contributo positivo da procura interna para a variação homóloga do PIB aumentou no quarto trimestre, em resultado da aceleração do consumo privado", descreve o INE.
Já o contributo da procura externa líquida para a variação homóloga do PIB "manteve-se negativo, refletindo o crescimento mais intenso das importações de bens e serviços em comparação com o das exportações" - isto face ao último trimestre de 2023.
Por esta ser ainda uma estimativa rápida, o INE não detalha ainda mais informação sobre as componentes do PIB e a sua evolução - que só serão conhecidas a 28 de fevereiro.
PIB cresce 1,9% em 2024
Olhando para o conjunto do ano 2024, a economia portuguesa cresceu 1,9%, abrandando, ainda assim, face ao ritmo de crescimento registado em 2023 (que foi de 2,5%).
No ano passado, descreve o INE, a procura interna apresentou um contributo positivo para a variação anual em volume do PIB, "superior ao observado no ano anterior", refletindo a aceleração das despesas de consumo final. Mas o investimento desacelerou.
Por outro lado, o contributo da procura externa líquida foi negativo no ano passado, "após ter sido positivo nos dois anos anteriores". As importações de bens e serviços em volume aceleraram, mas as exportações mantiveram um crescimento próximo do observado no ano anterior, termina o INE.
(Notícia atualizada com mais informação às 10:05)