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Portugal está entre os 86 países mais livres do mundo
O relatório anual da Freedom House coloca Portugal na lista de países considerados livres, com uma classificação de 97 pontos, numa escala de 0 a 100. No entanto, o estudo é globalmente negativo e aponta retrocessos na liberdade global mundial.
Portugal está entre os países mais livres do mundo. A classificação é dada pelo relatório 'Liberdade no Mundo 2016', da organização não-governamental Freedom House, que classifica os países numa escala de 0 a 100, sendo que Portugal consegue 97 pontos, superando outros países europeus, como Itália (89), França (91), Espanha, Reino Unido e Alemanha (todos com 95).
No entanto, globalmente, o resultado do relatório não é positivo. Segundo a organização não-governamental, várias crises simultâneas aumentaram os sentimentos xenófobos nas democracias e as pressões dos ditadores sobre os contestatários, resultando na diminuição das liberdades no mundo pelo 10.º ano consecutivo. Dos 195 países analisados, 86 (44%) foram considerados totalmente livres, 59 (30%) parcialmente livres e 50 (26%) foram considerados países não-livres.
A Freedom House, que analisa os dados de 2015, conclui que as democracias na Europa e nos Estados Unidos da América tiveram dificuldades em lidar com conflitos fora das suas fronteiras, nomeadamente a guerra civil na Síria, que originou uma onda de refugiados e alimentou grupos terroristas - responsáveis por ataques terroristas, nomeadamente os ataques a 13 de Novembro em Paris - e que representa "o mais complexo desafio à paz e à estabilidade" dos próximos anos.
Como consequência, analisa o relatório, o aumento de preocupações dos países democráticos conduziram a reacções "populistas e, muitas vezes, preconceituosas" e a novas medidas de segurança que "ameaçam os valores centrais de sociedades abertas".
Por outro lado, registaram-se desenvolvimentos positivos em alguns países, sobretudo a nível político. Na Nigéria, na Venezuela e em Myanmar realizaram-se eleições que afastaram ou diminuíram o poder dos vários regimes, dando "uma oportunidade a novos parlamentos ou novos a líderes [da oposição] de enfrentarem a corrupção, a decadência económica ou problemas securitários", aponta o relatório.
Abrandamento na China contribuiu para a perda de receita de ditaduras
Do ponto de vista económico, o relatório destaca o abrandamento do crescimento na China e as quedas nos mercados accionista e cambial, que diminuíram o preço de produtos como o petróleo e outras "commodities", reduzindo assim as receitas das exportações de muitas ditaduras em todo o mundo - o que "ameaça os alicerces económicos em que assentam a sua legitimidade".