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Portugal está entre os 86 países mais livres do mundo

O relatório anual da Freedom House coloca Portugal na lista de países considerados livres, com uma classificação de 97 pontos, numa escala de 0 a 100. No entanto, o estudo é globalmente negativo e aponta retrocessos na liberdade global mundial.

27 de Janeiro de 2016 às 23:41
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Portugal está entre os países mais livres do mundo. A classificação é dada pelo relatório 'Liberdade no Mundo 2016', da organização não-governamental Freedom House, que classifica os países numa escala de 0 a 100, sendo que Portugal consegue 97 pontos, superando outros países europeus, como Itália (89), França (91), Espanha, Reino Unido e Alemanha (todos com 95).

 

No entanto, globalmente, o resultado do relatório não é positivo. Segundo a organização não-governamental, várias crises simultâneas aumentaram os sentimentos xenófobos nas democracias e as pressões dos ditadores sobre os contestatários, resultando na diminuição das liberdades no mundo pelo 10.º ano consecutivo. Dos 195 países analisados, 86 (44%) foram considerados totalmente livres, 59 (30%) parcialmente livres e 50 (26%) foram considerados países não-livres.


A Freedom House, que analisa os dados de 2015, conclui que as democracias na Europa e nos Estados Unidos da América tiveram dificuldades em lidar com conflitos fora das suas fronteiras, nomeadamente a guerra civil na Síria, que originou uma onda de refugiados e alimentou grupos terroristas - responsáveis por ataques terroristas, nomeadamente os ataques a 13 de Novembro em Paris - e que representa "o mais complexo desafio à paz e à estabilidade" dos próximos anos.


Como consequência, analisa o relatório, o aumento de preocupações dos países democráticos conduziram a reacções "populistas e, muitas vezes, preconceituosas" e a novas medidas de segurança que "ameaçam os valores centrais de sociedades abertas".


Por outro lado, registaram-se desenvolvimentos positivos em alguns países, sobretudo a nível político. Na Nigéria, na Venezuela e em Myanmar realizaram-se eleições que afastaram ou diminuíram o poder dos vários regimes, dando "uma oportunidade a novos parlamentos ou novos a líderes [da oposição] de enfrentarem a corrupção, a decadência económica ou problemas securitários", aponta o relatório.

Abrandamento na China contribuiu para a perda de receita de ditaduras

Do ponto de vista económico, o relatório destaca o abrandamento do crescimento na China e as quedas nos mercados accionista e cambial, que diminuíram o preço de produtos como o petróleo e outras "commodities", reduzindo assim as receitas das exportações de muitas ditaduras em todo o mundo - o que "ameaça os alicerces económicos em que assentam a sua legitimidade".

Se, por si só, esta é uma consequência positiva, o cenário muda quando isso significa maior pressão por parte dos regimes para com os activistas de direitos humanos, dadas as perspectivas de diminuição de qualidade de vida para os ditadores do regime, conclui o documento.

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