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Cuba diz que Obama "será bem recebido", mas insiste no levantamento do bloqueio
Após Barack Obama ter confirmado a deslocação histórica a território cubano, as autoridades de Havana asseguraram que o Presidente dos EUA é bem-vindo. Mas voltaram a pedir o fim do bloqueio e a devolução de Guantanamo.
Barack Obama será "bem-vindo pelo Governo de Cuba e pelo seu povo" e recebido com a "hospitalidade" que o caracteriza. A garantia foi dada esta quinta-feira, 18 de Fevereiro, no Twitter por Josefina Vidal, directora-geral para os Estados Unidos no Ministério das Relações Exteriores de Cuba, minutos depois de o Presidente norte-americano ter confirmado que visitará o território cubano em 21 e 22 de Março.
The #US president will be welcomed by the Government of #Cuba and the Cuban people, with our traditional hospitality #CubaUS @CubaMINREX
— Josefina Vidal (@JosefinaVidalF) 18 fevereiro 2016
A responsável acrescentou depois, em conferência de imprensa, que esta será uma oportunidade para Obama "apreciar a realidade cubana" e para a troca de experiências entre dois países. Apesar de representar "um passo em frente para a melhoria das relações", Josefina Vidal avisou: "Para chegar à normalização teriam de solucionar-se assuntos-chave como o levantamento do bloqueio e a devolução do território ilegalmente ocupado de Guantanamo".
O levantamento do embargo - que Obama já defendeu por diversas ocasiões, incluindo no último discurso do Estado da União - está nas mãos do Congresso norte-americano, controlado pelos republicanos.
Nesta que será a primeira visita de um chefe de Estado norte-americano a Cuba em 88 anos, Obama já fez saber que, apesar dos progressos registados nos últimos 14 meses de reaproximação e normalização das relações entre os dois antigos adversários, não deixará de levantar a questão dos direitos humanos na ilha.
A mensagem da melhoria da vida dos cubanos será aliás, admitiu a Casa Branca, central durante a visita de Obama, durante a qual reunirá com Raul Castro e com a sociedade civil do país:
"Embora não queiramos impor mudanças em Cuba, acreditamos firmemente que Cuba terá a ganhar quando o povo cubano puder exercer os seus direitos civis. O Presidente Obama abordou estes temas nas suas discussões com o Presidente Castro e continuará a fazê-lo".
No documento que formaliza a deslocação, a administração norte-americana assume ainda que o fim da oposição histórica a Cuba também vai criar novas oportunidades para os EUA na América Latina, uma região que "unanimemente" contestava o virar de costas entre os dois países. Depois de Cuba, Obama seguirá para a Argentina, onde estará a 23 e 24 de Março.