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Nissan cancela negociações de fusão com Honda

Notícia foi avançada pela imprensa japonesa. Tentativa de criar terceira maior fabricante de automóveis a nível global cai por terra, numa altura em que as tarifas de Trump podem penalizar ainda mais a Nissan.

Kim Kyung-Hoon
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A Nissan cancelou as negociações para fusão com a Honda, segundo o jornal japonês Nikkei, citado pela Reuters, deixando cair a possibilidade de criar o terceiro maior fabricante automóvel do mundo e levantando questões sobre como é que se vai aguentar no futuro.

As ações da Nissan caíram mais de 4% antes de a negociação na Bolsa de Tóquio ter sido suspensa. As ações da Honda continuaram a negociar e fecharam o dia a crescer mais de 8%, num sinal de aparente alívio dos investidores. 

A Honda, o segundo maior fabricante de automóveis do Japão, e a Nissan, o terceiro maior, disseram no ano passado que estavam em negociações para se fundirem e criar a terceira maior construtora automóvel do mundo (em vendas), procurando ganhar músculo para combater a chinesa BYD e outras produtoras de veículos elétricos.
Mas as negociações não foram fáceis, devido às crescentes diferenças nos dois lados, segundo duas fontes próximas ao assunto (que recusaram ser identificadas por não terem autorização superior para falar com os media) e citadas pela Reuters.  A agência de notícias já tinha noticiado que a Nissan ia por um ponto final às conversações. Outra fonte disse ainda que o conselho de administração ainda estava a decidir quais seriam os próximos passos. 
A Honda terá sondado a Nissan para ser sua subsidiária, disse ainda uma outra fonte, acrescentando que isso não seria fiel ao espírito das discussões, que inicialmente partiram de uma fusão de iguais. 
A Nissan e a Honda disseram, em declarações separadas, que a notícia do Nikkei não era baseada em informação anunciada por elas próprias e que procuram ainda finalizar uma direção futura até meados de fevereiro e anunciá-la nessa altura.
Isto levanta novas dúvidas sobre como é que a já fragilizada Nissan pode navegar esta nova crise sem ajuda externa. A Nissan está no meio de um plano de reestruturação, que tem como meta despedir nove mil trabalhadores e 20% da sua capacidade global.
A Honda, que tem um valor de mercado cinco vezes maior do que a Nissan, estava extremamente preocupada com o progresso da Nissan, admitiu uma fonte à Reuters. As negociações para a fusão coincidiram com a disrupção causada pelas potenciais tarifas de Donald Trump. Se forem impostas ao México terão um impacto superior para a Nissan do que para a Honda ou a Toyota, de acordo com analistas. 
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