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Europa em queda. Setor automóvel perde quase 2% e Santander pula mais de 7%
Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados desta quarta-feira.
Europa em queda. Setor automóvel perde quase 2% e Santander pula mais de 7%
Os principais índices europeus estão a negociar maioritariamente em queda, com os investidores ainda cautelosos relativamente a um cenário de imposição de tarifas sobre a União Europeia. O mercado segue ainda a digerir os últimos resultados das empresas relativos ao quarto trimestre do ano passado.
O índice de referência europeu, Stoxx 600, cede 0,17% para 535,14 pontos, com o setor automóvel a penalizar, ao descer quase 2%, pressionado por uma queda superior a 3% da Renault e com a maioria das cotadas do setor em baixa.
A fabricante automóvel francesa, detentora de quase 36% do capital da Nissan está a ser penalizada pela possibilidade de um acordo de fusão entre a Nissan e a Honda ter caído depois de as duas empresas não terem conseguido chegar a acordo relativamente aos termos da proposta, avança jornal japonês económico Nikkei.
Ainda a pressionar o setor automóvel e em particular as fabricantes alemãs estão dados sobre o sentimento da indústria na Alemanha que mostraram que foi atingido um novo mínimo em janeiro, com as empresas a avaliarem a sua posição em mercados estrangeiros, dentro e fora da UE, como a mais frágil de sempre.
Entre outros movimentos de mercado, uma das maiores cotadas da europa, a Novo Nordisk, soma mais de 4% impulsionada por vendas do fármaco contra a obesidade Wegovy superiores ao esperado, que levaram o lucro, apenas deste medicamento, a ascender a 4,4 mil milhões de dólares nos últimos três meses do ano.
No mesmo setor, a GSK sobe mais de 5%, depois da farmacêutica britânica ter aumentado as perspetivas de vendas até 2031 e os resultados do quarto trimestre terem ficado acima do esperado.
O setor da banca é outro dos que valoriza à boleia de contas positivas do Credit Agricole (1,61%), DNB Bank (1,96%) e Svenska Handelsbanken (0,82%). Já o Santander pula mais de 7% depois de ter revelado lucros recorde e um plano de recompra de ações de 10 mil milhões de dólares.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão Dax cede 0,47%, o francês CAC-40 desvaloriza 0,41%, o italiano FTSEMIB recua 0,8%, o britânico FTSE 100 perdeu 0,15%. Em Amesterdão, o AEX registou um decréscimo de 0,45%.
Pela positiva, o espanhol IBEX 35 caiu 0,91% e em Lisboa, o PSI soma 0,15%.
Juros aliviam na Zona Euro
Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro estão a aliviar esta quarta-feira, com os investidores a optarem menos por ativos de menor risco, em detrimento do mercado acionista.
As Bunds alemãs a dez anos, que servem de referência para o bloco europeu, recuam 4 pontos base para 2,354%. Já a rendibilidade da dívida francesa, com a mesma maturidade, cede 3,9 pontos base para 3,069%.
Por cá, as "yields" das obrigações do Tesouro aliviam 3,3 pontos base para 2,778% e a das obrigações espanholas também a dez anos recua 3,1 pontos para 2,978%. Já as "yields" da dívida italiana descem 4 pontos para 3,453%.
Fora da Zona Euro, os juros das "Gilts" britânicas a dez anos aliviam 5,3 pontos para 4,467%.
Guerra comercial leva ouro a bater novo recorde
O metal amarelo continua a alcançar consecutivos máximos históricos, à boleia de receios de uma guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, depois de Pequim ter retaliado ao impor tarifas sobre produtos importados dos EUA.
O ouro ganha 0,83% para 2.866,25 dólares por onça, após ter chegado a tocar um recorde de 2.869,74 dólares por onça.
O metal tem beneficiado da procura por ativos-refúgio dada a elevada incerteza em torno das políticas do Presidente dos Estados Unidos. A aumentar os receios estão declarações de Trump que afirmou querer que os Estados Unidos assumam o controlo da Faixa de Gaza e reconstruam o território, depois de os palestinianos serem reinstalados noutros locais.
"Quem não gosta de um ativo seguro neste cenário?", lançou à Reuters Charu Chanana, estratega da Saxo Capital Markets. "Sem boas notícias sobre as negociações EUA-China e mais angústia geopolítica com as notícias de Gaza o ouro vai continuar a gerar apetite, independentemente da direção do dólar", completou
No mercado cambial, a fraqueza do dólar está a dar algum impulso ao metal amarelo. O índice do dólar segue a desvalorizar 0,31% para 107,621 dólares e o euro soma 0,32% para 1,0412 dólares.
Aumento dos "stocks" de crude nos EUA pressiona petróleo. Guerra comercial e Irão centram atenções
Os preços do petróleo estão a desvalorizar, com os investidores a porem em segundo plano a guerra comercial entre a China e os Estados Unidos face a um cenário de aumento dos "stocks" de crude nos EUA, um sinal de menor consumo. Ainda a centrar atenções está o reforço das sanções ao Irão que pretendem reduzir drasticamente as exportações de petróleo do país.
O West Texas Intermediate (WTI), de referência para os EUA, desce 0,37% para 72,43 dólares, enquanto o Brent do Mar do Norte, o "benchmark" europeu, recua 0,41% para 75,89 dólares.
"A nova da campanha de 'pressão máxima' de Trump pode aumentar as perspetivas de redução da oferta de petróleo iraniano, o que inevitavelmente poderá impulsionar os preços", disse Yeap Jun Rong, estratega da IG Asia.
"No entanto, isso terá que ser avaliado com dados dos 'stocks' de petróleo dos EUA mais altos do que o esperado", referindo-se a dados da indústria que mostraram um aumento semanal das reservas em mais de cinco milhões de barris.
Futuros da Europa no vermelho. China volta a negociar em queda
Os principais índices europeus estão a apontar novamente para quedas, com os futuros sobre o Euro Stoxx 50 a recuarem 0,45%, com os investidores a avaliarem a guerra comercial entre a China e os Estados Unidos, bem como os resultados das tecnológicas.
Na Ásia, a sessão está a ser mista, com os principais índices chineses a desvalorizarem no regresso à negociação após as festividades do ano novo chinês. No entanto, noutros mercados houve algum alívio face à retaliação às tarifas de Trump, considerada mais contida por parte de Pequim.
Na China, o Shanghai Composite cede 0,65% e em Hong Kong, o Hang Seng recua 0,93%. No Japão, o Nikkei avança 0,09% e o Topix sobe 0,27%, enquanto na Coreia do Sul o Kospi ganha 1,11%.