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Aumentar taxas na Portela para pagar Alcochete é uma "fraude", diz CEO da Ryanair
Michael O’Leary critica a intenção da ANA de aumentar as taxas aeroportuárias no Humberto Delgado para financiar a construção do novo aeroporto de Lisboa. E diz que Lisboa não pode esperar tanto tempo pela infraestrutura.
A ANA está a preparar a candidatura à construção do novo aeroporto de Lisboa, uma obra de grande dimensão que exigirá um investimento avultado. Para evitar custos diretos para o Estado, a concessionária quer, entre outros, aumentar as taxas aeroportuárias, começando já no próximo ano. O CEO da Ryanair ataca a intenção da gestora.
Na apresentação dos resultados da companhia de baixo custo em Portugal, Michael O’Leary diz que a "ANA não devia aumentar as taxas para pagar um aeroporto que só abrirá em 2040", referindo-se ao aeroporto que será construído no Campo de Tiro de Alcochete. "É uma fraude", atira.
O’Leary diz que não devem ser os passageiros atuais do Humberto Delgado a suportar os custos da nova infraestrutura, um aeroporto que demorará ainda vários anos até estar em operação. A ANA, no relatório inicial entregue ao Governo, aponta para o início da operação no final de 2036, meados de 2037.
É por isso que o CEO da companhia de baixo custo continua a dizer que é preciso uma solução mais rápida que permita aumentar a capacidade em Lisboa. Por um lado, faz mira às "restrições artificiais" que existem na Portela, por outro, defende que fazia mais sentido abrir o Montijo.
"Queremos crescer mais rápido em Lisboa, mas há restrições artificiais na Portela", diz, salientando que há margem para expandir o aeroporto atual. Essas restrições, aponta, visam proteger a TAP, mas impedem a Ryanair de conseguir duplicar as suas operações em Lisboa até 2030.
Olhando para o Montijo, o CEO diz que seria possível abri-lo em cinco anos, sendo que juntamente com a expansão da Portela, poderia dar uma capacidade muito maior a Lisboa para receber turistas. "Montijo conseguiria aguentar até mais 10 milhões de passageiros por ano", o que levaria a um "forte crescimento das low cost" no mercado nacional.