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BE nega ilegalidades e vê "com bons olhos" investigação do MP sobre despedimentos

"Eu não temo nada. Quero que tudo seja claro", sublinhou a bloquista, que disse já ter lido na comunicação social que o partido "despediu grávidas" o que "é falso".

Paulo Novais / Lusa
17:07
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A coordenadora do BE negou esta quinta-feira que o partido tenha cometido qualquer ilegalidade no processo de despedimentos de trabalhadoras ou prejudicado a Segurança Social, e disse ver "com bons olhos" a investigação do Ministério Público.

"O Bloco de Esquerda não cometeu qualquer ilegalidade neste processo, estamos muito confortáveis e vemos com bons olhos esta investigação, porque ela terá ou poderá ter o mérito de esclarecer muitas notícias falsas que têm saído e de confirmar o propósito da ação do BE, que foi proteger estas pessoas", afirmou Mariana Mortágua.

A líder dos bloquistas falava aos jornalistas na Assembleia da República, depois de hoje a Procuradoria-Geral da República (PGR) ter anunciado a abertura de um inquérito para investigar despedimentos ocorridos no partido, a partir de 2022, havendo indícios de "falsificação de documentos à Segurança Social".

Mariana Mortágua voltou a insistir que, dos cinco despedimentos noticiados pela revista 'Sábado' na semana passada, entre 2022 e 2024, uma pessoa permanece a trabalhar no partido, outra era assistente local de um eurodeputado "e esse eurodeputado não foi eleito e esse vínculo extinguiu-se pelo Parlamento Europeu, automaticamente", e um terceiro caso é o de uma "pessoa que estava associada também ao grupo europeu de deputados do BE, que saiu por vontade própria".

Os restantes dois casos, de duas trabalhadoras que tinham sido mães há pouco tempo, fazem parte de um total de trinta despedimentos que o partido levou a cabo depois das legislativas de 2022, nas quais passou de 19 para cinco deputados e viu reduzida substancialmente a sua subvenção pública.

No caso destas duas trabalhadoras, o BE afirma ter chegado a um acordo para que a comissão de serviços não terminasse em março de 2022, como previsto, mas em dezembro desse ano, pelo facto de estas duas pessoas terem sido mães recentemente.

"Procurámos encontrar uma solução que protegesse mais essas pessoas do que a mera extinção da comissão de serviços. E isto foi feito às custas exclusivas do Bloco, sem prejudicar ninguém, sem prejudicar a Segurança Social e com o intuito de proteger estas pessoas", defendeu.

A coordenadora do BE considerou que este caso "não retira legitimidade" política ao partido, que sempre teve como bandeira a defesa de direitos laborais, e recusou que a sua liderança esteja em causa com esta investigação.

Mortágua afirmou que o BE ainda não foi contactado pelo Ministério Público e manifestou-se disponível para prestar esclarecimentos.

"Eu não temo nada. Quero que tudo seja claro", sublinhou a bloquista, que disse já ter lido na comunicação social que o partido "despediu grávidas" o que "é falso".

A deputada voltou a reconhecer erros na forma como estas trabalhadoras foram contactadas, fruto de um "momento de pressão em que o partido procurou dar uma resposta o mais rapidamente possível a todas as pessoas que estavam ansiosas sobre o seu futuro".

Mariana Mortágua foi ainda questionada sobre a contratação de Catarina Martins, antiga coordenadora do partido, quando esta deixou de ser deputada no parlamento, e depois deste processo de despedimentos.

A bloquista esclareceu que Catarina Martins foi contratada para dar apoio à candidatura do partido às eleições na Madeira, realizadas o ano passado, antes de ter sido eleita como eurodeputada.

Questionada sobre se já havia maior folga orçamental nessa altura, Mortágua respondeu que em períodos eleitorais "há uma margem para fazer contratações temporárias de apoio às campanhas" que não se regista noutras alturas.

Já sobre outro caso noticiado hoje pela 'Sábado', o de Vítor Machado, ex-funcionário do partido, a deputada disse apenas que está em causa uma situação de há dez anos e que as divergências entre o BE e o antigo trabalhador já eram conhecidas.

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