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Sánchez reitera "não" à investidura de Rajoy e avisa que votará contra Orçamento

O secretário-socialista admite voltar a conversar com Rajoy, mas lembra que não é não e que o papel do PSOE é ser "alternativa" ao PP. Sánchez reitera que votará contra a investidura de Rajoy e avisa que também vai votar contra o Orçamento de 2017.

Reuters
19 de Agosto de 2016 às 19:03
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Pedro Sánchez permanece inflexível na rejeição a um governo liderado por Mariano Rajoy, presidente do PP e primeiro-ministro ainda em funções. O secretário-geral socialista está apostado em não ceder à pressão decorrente do acordo entre PP e Cidadãos, em troca do qual o partido de Albert Rivera aceita passar do veto a Rajoy ao apoio à investidura do líder popular.

 

Em declarações proferidas esta sexta-feira, 19 de Agosto, em Ibiza, Pedro Sánchez insistiu que os socialistas votarão contra Rajoy na agora anunciada sessão de investidura, sustentando que "o PSOE é a alternativa ao PP, não um aliado potencial". Mais, Sánchez avisou desde já que se Rajoy superar o debate de investidura e conseguir formar governo, o PSOE votará contra, por uma questão de "coerência", o Orçamento do Estado para 2017 que venha a ser apresentado pelos populares.

 

"O PSOE votará contra a investidura e [contra] o Orçamento que seguramente trará mais cortes", antecipa o líder socialista criticando aquela que foi a "política económica" prosseguida pelos conservadores espanhóis durante o primeiro mandato do primeiro-ministro em exercício.

 

Depois de ontem ter sido confirmado o dia 30 de Agosto como o início do debate de investidura de Rajoy enquanto candidato a chefe de governo incumbido pelo rei Felipe VI, Pedro Sánchez criticou a comparência tardia do presidente do PP que "chega com oito meses de atraso".

 

Ainda na ressaca das eleições gerais de 26 de Junho, o líder socialista defendeu que, desta feita, reforçado em votos e em mandatos face ao acto eleitoral de 20 de Dezembro, Rajoy não tinha outra opção que não a de se apresentar perante o Congresso.

 

Contudo, Sánchez sabe que para ser investido primeiro-ministro, Mariano Rajoy precisa que, no mínimo, os deputados socialistas se abstenham. E mesmo demonstrando disponibilidade para conversar as vezes que forem necessárias com o ainda chefe de Governo, Sánchez reitera que a possibilidade de votar a favor de Rajoy não está sequer em cima da mesa.

 

Pelo contrário, Sánchez insta o seu rival a procurar entendimentos com os seus "aliados potenciais, um deles o Cidadãos", recordando que a soma de 169 deputados do PP e do Cidadãos "não chega". Apesar de Sánchez afiançar que "ninguém quer umas terceiras eleições", não ignora que sem a viabilização do PSOE Mariano Rajoy tem praticamente impossível a renovação do seu mandato enquanto primeiro-ministro.

 

É aqui que entra um hipotético entendimento entre o PSOE e o Podemos tendo em vista a formação de um governo progressista. Depois de ontem o secretário-geral do Podemos, Pablo Iglesias, ter dito que tem conversado com Sánchez sobre a necessidade de "diálogo" no caso de fracassar a investidura de Rajoy, o líder socialista limitou-se hoje a confirmar que tem mantido um "diálogo constante com o resto das formações políticas", não se referindo em particular àquele partido da extrema-esquerda. É que boa parte das principais figuras socialistas rejeitam a possibilidade de entendimento com o Podemos.

Tendo em conta a não superação do ainda vigente bloqueio institucional em Espanha, nesta altura é real a possibilidade de o país ter de realizar novas eleições, que seriam as terceiras no espaço de um ano. Se Rajoy falhar a investidura, começam a contar 60 dias para a formação de governo. Se não for encontrada uma solução durante este período, o rei dissolve as cortes e agenda novas eleições, o que tendo em conta os prazos constitucionais poderia atirar para o dia 25 de Dezembro o novo acto eleitoral.

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