Notícia
Mariano Rajoy apresenta-se à investidura a 30 de Agosto
O primeiro-ministro espanhol em funções tem direito a duas votações. Se falhar ambas e não se conseguir encontrar um candidato alternativo no espaço de dois meses, Espanha avança para as terceiras eleições em menos de um ano. A ida às urnas pode acontecer no dia de Natal.
Sabe-se, porém, que os 169 deputados do PP e do Cidadãos, a que poderá ainda juntar-se o parlamentar da Coligação Canária, mantém o actual primeiro-ministro em exercício aquém dos apoios necessários. A investidura de Rajoy está nas mãos de Pedro Sánchez, secretário-geral do PSOE, que tem vindo a reafirmar o "não" a qualquer solução governativa protagonizada pelo presidente do PP.
Se Rajoy falhar as duas tentativas de investidura, começam a contar os prazos constitucionais que estabelecem um prazo de 60 dias, a contar da primeira votação falhada, para a formação de um governo. Durante esse período Felipe VI poderá voltar a ouvir os partidos com assento parlamentar e indicar outro candidato à investidura. Este processo pode repetir-se até à eleição de um chefe de governo ou até que terminem os dois meses previstos pela Constituição espanhola. Findos os 60 dias sem que tenha sido encontrada uma solução governativa, o rei dissolve as cortes e convoca novas eleições. Foi precisamente o que aconteceu em Abril, depois de Pedro Sánchez ter falhado as duas tentativas de ser nomeado primeiro-ministro. A imprensa espanhola avança que, a confirmar-se este cenário, Espanha teria novas eleições gerais em Dezembro, possivelmente no dia 25, as terceiras no espaço de um ano.
Está cada vez mais difícil desbloquear o impasse político em Espanha. Apesar de ter aceitado as condições de Rivera, Rajoy parece estar convencido de que falhará a sua investidura. Já Pablo Iglesias anunciou que tem conversado com Sánchez sobre a possibilidade de um governo das esquerdas. Esta quinta-feira, Mariano Rajoy comunicou a Rivera que os populares aceitam as seis condições apresentadas pelo Cidadãos para votar a favor da investidura do ainda chefe de Governo.
Em Espanha a imprensa adianta que Rajoy está fortemente convencido de que não conseguirá ser investido primeiro-ministro, encarando já o cenário de novas eleições, as terceiras em menos de um ano. Ainda assim, o primeiro-ministro espanhol garantiu que tentará voltar a conversar com o líder socialista dado que "para formar governo requerem-se duas condições, o apoio do Cidadãos (…) e o do PSOE". Mas Pedro Sánchez já voltou a negar a colaboração.
Entretanto Pablo Iglesias, secretário-geral do Podemos, reabriu hoje de manhã a possibilidade de um governo das esquerdas entre PSOE e aquela força de extrema-esquerda. Contudo, as duas formações políticas também não conseguem por si sós reunir o número de deputados necessários à investidura, sendo necessário o "agréement" dos partidos nacionalistas representados no Congresso, hipótese que a direcção socialista coloca de parte.