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Iglesias anuncia que Sánchez quer explorar governo das esquerdas
Apesar de se pensar que o cenário de um governo PSOE-Podemos estava definitivamente arrumado, o líder do Podemos revelou que tem conversado com Sánchez e que ambos concordam explorar essa ideia se Rajoy falhar a investidura como primeiro-ministro.
Em 21 de Julho último, Pablo Iglesias garantia que um eventual governo PSOE-Podemos "é uma possibilidade que não existe e não é viável". Mas agora, 18 de Agosto, e após mais de duas semanas ausente do palco político espanhol o secretário-geral do Podemos veio anunciar que tem conversado com Pedro Sánchez, líder do PSOE, sobre a possibilidade de discutirem um "governo progressista".
Em declarações feitas esta manhã no Congresso espanhol (equivalente à Assembleia da República), Iglesias disse ter acordado com Sánchez que em primeiro lugar é preciso esperar pela concretização da sessão de investidura de Mariano Rajoy, presidente do PP e primeiro-ministro em funções que pouco depois das declarações do líder do Podemos confirmou que vai mesmo tentar ser investido chefe de governo.
E se for fracassada a investidura de Rajoy, Iglesias disse estar de acordo com Sánchez sobre a necessidade de "dialogar" em busca de "um governo progressista".
"Pedro Sánchez e eu falámos pelo telefone e coincidimos que é preciso esperar para ver que apoios consegue Rajoy, [Sánchez] disse-me que eles (PSOE) vão votar não quanto Rajoy se apresentar", disse Pablo Iglesias antes de explicar que estarão então criadas as condições necessárias "para explorar outras alternativas e isso é o mais sensato".
Tal como Rajoy e Albert Rivera, presidente do Cidadãos, também Iglesias considera que os socialistas e Sánchez assumem um papel central nas conversações para a formação de governo. Iglesias considera que "em última instância", será Sánchez a decidir se haverá ou não novas eleições.
Contudo, se PP e Cidadãos não se bastam para garantir a investidura de Mariano Rajoy, precisando, no mínimo, da abstenção dos socialistas, também os assentos parlamentares do PSOE e do Unidos Podemos (aliança entre Podemos e Esquerda Unida que concorreu às eleições de 26 de Junho) não chegam para garantir a investidura de Pedro Sánchez.
A concretização do chamado governo das esquerdas (PSOE-Podemos) exige o apoio dos pequenos partidos nacionalistas, hipótese que logo após as eleições gerais de 20 de Dezembro do ano passado foi liminarmente afastada por Sánchez.