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Cidadãos quer ampla coligação ou abstenção moderada para garantir Governo

Depois do encontro com o rei, Rivera deixa nas mãos do PSOE a responsabilidade de evitar terceiras eleições. Para Rivera há duas soluções possíveis: uma coligação dos partidos moderados ou a abstenção dos mesmos.

Reuters
28 de Julho de 2016 às 12:54
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Albert Rivera, presidente do Cidadãos, comunicou esta quinta-feira, 28 de Julho, ao rei de Espanha, Felipe VI, que há apenas duas soluções possíveis para desbloquear o actual impasse político vigente no país há mais de meio ano: a formação de um "governo forte de consenso" entre os partidos considerados moderados (PP-PSOE-Cidadãos); ou um Executivo "minoritário" do partido mais votado (PP).

 

No último dia da primeira ronda do monarca espanhol aos partidos com assento parlamentar desde as eleições gerais de 26 de Junho, Albert Rivera revelou ainda ter dito a Felipe VI que cabe aos socialistas abandonarem a posição imobilista a exemplo do que já fez o próprio Cidadãos.

 

Depois das garantias de veto a uma solução governativa chefiada pelo ainda primeiro-ministro, Mariano Rajoy, o Cidadãos já mostrou disponibilidade para se abster numa segunda votação à investidura do presidente do PP. "O Cidadãos foi o único partido que se moveu e decidiu mudar para permitir que haja governo", recordou hoje Rivera que conclui que "o PSOE terá de decidir se nos leva a terceiras eleições, ou não".

 

No entanto, notou Albert Rivera ao rei, a segunda solução exige que "os partidos da oposição permitam que haja governo com uma abstenção". Esta é uma alternativa "viável", e embora pouco normal em Espanha acontece "em muitos países da Europa", justificou Rivera na conferência de imprensa que se seguiu à reunião com Felipe VI. Já um cenário de ampla coligação teria de contar com a liderança de Rajoy, tal como o próprio manifestou a Rivera.

 

Mas antes ainda é preciso que "Mariano Rajoy se apresente à investidura", admite o líder do Cidadãos aludindo às garantias dadas pelo presidente popular de que só aceitará um convite do rei se tiver garantias da sua eleição. Pelo que "não contemplamos outra via. Esperamos que hoje Rajoy diga sim ao rei, caso contrário ninguém iria entender", disse ainda Rivera para quem no final deste dia deve ficar marcada "data e hora para a sessão de investidura".

 

No essencial, a opinião do líder político centrista é muito crítica face à atitude dos partidos que dominaram a cena política em Espanha desde a transição democrática. "Até que o PP e o PSOE digam que estão dispostos a negociar, não podemos fazer apostas sobre um possível primeiro-ministro", atirou Rivera que vê "os velhos partidos de costas voltadas". Até ao fim do dia, Felipe VI vai ainda receber o líder do Podemos, Pablo Iglesias, seguindo-se depois o secretário-geral socialista, Pedro Sánchez, e, por fim, Mariano Rajoy.

 

Rivera também eleva responsabilidade do rei

 

Aos jornalistas, Albert Rivera defendeu que o rei terá de "assumir o seu papel" e que passa por "arbitrar, debater e propor". No entender do líder centrista Felipe VI deve também "propor" alternativas que permitam ultrapassar o bloqueio "provocado pelos restantes partidos". Rivera garante não ter visto um rei "com problemas, mas com soluções".

 

O líder do Cidadãos reconheceu ter também falado com Felipe VI sobre o plano ontem aprovado pelo Parlamento da Catalunha e que estabelece os passos para a independência daquela região autonómica.

 

Sem querer falar em nome da casa real, Rivera assumiu que enquanto "catalão senti uma profunda tristeza ao ver a cena de ontem no Parlamento da Catalunha". 

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