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Rajoy já admite não se apresentar à investidura
O líder dos populares diz que teria de abrir um "período de reflexão" com os demais partidos se não tiver os apoios suficientes para ser investido. E afirma que seria um "disparate" voltar a repetir eleições.
O líder do Partido Popular e primeiro-ministro espanhol em exercício admite não se apresentar à investidura caso verifique que não tem os apoios suficientes para ser bem sucedido.
"Se eu tivesse a certeza de que era impossível que me elegessem, teria de fazer uma reflexão e os outros também: que saída vamos dar a isto? (...) Se tivesse certeza total de que era impossível ser investido, abriria um período de reflexão com as outras formações políticas", afirmou esta quarta-feira, 13 de Julho, Mariano Rajoy.
Em declarações aos jornalistas em Madrid, depois de um encontro de uma hora e um quarto com o líder socialista Pedro Sánchez, Rajoy confirmou o que o presidente do PSOE já tinha dito: que não apoiará a investidura do líder do PP e que terão de ser os populares a encontrar acordos que lhes permitam governar.
O vencedor das eleições de 26 de Junho manteve contudo a vontade de governar apesar da oposição do PSOE e considera que Espanha entraria para a "história do disparate" se voltasse a repetir eleições.
"Tenho interesse em ir à investidura (...). Tenho interesse em governar. Não sei se os outros querem governar, eu quero. Tenho a responsabilidade de tentar", afirmou, defendendo a necessidade de encontrar rapidamente uma solução governativa mas deixando claro que não tem nenhum mandato para se apresentar à formação do Governo, já que não estão sequer constituídas as Cortes Gerais.
"Repetir eleições seria um disparate e aí todos temos responsabilidades de o evitar. Não faz sentido chegarmos a Setembro sem Governo e convocarmos eleições para Novembro, passaríamos à história como um disparate", considerou. Depois de em Janeiro ter recusado o convite do rei para se apresentar à investidura, no dia seguinte à vitória nas eleições de 26 de Junho Rajoy garantiu que desta vez não abdicaria de tentar ser investido como primeiro-ministro. Pelo que é a primeira vez que o líder popular admite a possibilidade de ter de fazer algo - o PSOE rejeita apoiar um Executivo liderado por Rajoy - para evitar novas eleições, e esse algo pode significar o seu afastamento se até lá não conseguir recolher os apoios necessários.
Numa possível e provável segunda votação de investidura - em que Rajoy precisará apenas de contabilizar mais votos a favor do que contra - o Cidadãos prometeu abster-se. Contudo somente a abstenção do Cidadãos não basta, com o PP a precisar, no mínimo, da abstenção dos socialistas.