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Rajoy já admite não se apresentar à investidura

O líder dos populares diz que teria de abrir um "período de reflexão" com os demais partidos se não tiver os apoios suficientes para ser investido. E afirma que seria um "disparate" voltar a repetir eleições.

14 Mariano Rajoy – Espanha – 78,18 mil euros
REUTERS
13 de Julho de 2016 às 13:30
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O líder do Partido Popular e primeiro-ministro espanhol em exercício admite não se apresentar à investidura caso verifique que não tem os apoios suficientes para ser bem sucedido.

"Se eu tivesse a certeza de que era impossível que me elegessem, teria de fazer uma reflexão e os outros também: que saída vamos dar a isto? (...) Se tivesse certeza total de que era impossível ser investido, abriria um período de reflexão com as outras formações políticas", afirmou esta quarta-feira, 13 de Julho, Mariano Rajoy.

Em declarações aos jornalistas em Madrid, depois de um encontro de uma hora e um quarto com o líder socialista Pedro Sánchez, Rajoy confirmou o que o presidente do PSOE já tinha dito: que não apoiará a investidura do líder do PP e que terão de ser os populares a encontrar acordos que lhes permitam governar. 

O vencedor das eleições de 26 de Junho manteve contudo a vontade de governar apesar da oposição do PSOE e considera que Espanha entraria para a "história do disparate" se voltasse a repetir eleições.

"Tenho interesse em ir à investidura (...). Tenho interesse em governar. Não sei se os outros querem governar, eu quero. Tenho a responsabilidade de tentar", afirmou, defendendo a necessidade de encontrar rapidamente uma solução governativa mas deixando claro que não tem nenhum mandato para se apresentar à formação do Governo, já que não estão sequer constituídas as Cortes Gerais.

"Repetir eleições seria um disparate e aí todos temos responsabilidades de o evitar. Não faz sentido chegarmos a Setembro sem Governo e convocarmos eleições para Novembro, passaríamos à história como um disparate", considerou. Depois de em Janeiro ter recusado o convite do rei para se apresentar à investidura, no dia seguinte à vitória nas eleições de 26 de Junho Rajoy garantiu que desta vez não abdicaria de tentar ser investido como primeiro-ministro. Pelo que é a primeira vez que o líder popular admite a possibilidade de ter de fazer algo - o PSOE rejeita apoiar um Executivo liderado por Rajoy - para evitar novas eleições, e esse algo pode significar o seu afastamento se até lá não conseguir recolher os apoios necessários.

Além da "nega" do PSOE, Rajoy conta ainda com um "não" do partido centrista Cidadãos (que tem 32 deputados) na primeira votação para a investidura. Nesta primeira ronda de votações, o líder popular necessita de uma maioria absoluta (176 votos) para ser validado e apenas detém 137 lugares conquistados nas eleições de Junho.

Numa possível e provável segunda votação de investidura - em que Rajoy precisará apenas de contabilizar mais votos a favor do que contra - o Cidadãos prometeu abster-se. Contudo somente a abstenção do Cidadãos não basta, com o PP a precisar, no mínimo, da abstenção dos socialistas. 

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