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Rivera confirma que o Cidadãos não vai apoiar Governo do PP

Depois do encontro desta manhã com Mariano Rajoy, Albert Rivera reiterou a garantia de que o Cidadãos não vai viabilizar um Executivo do PP. Mas mostrou abertura a negociar acordos com um eventual governo minoritário de Rajoy.

Reuters
12 de Julho de 2016 às 12:35
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O PP e o primeiro-ministro em funções, Mariano Rajoy, não vão poder contar com o apoio do Cidadãos para formar Governo, embora o partido liderado por Albert Rivera se mostre disponível para dialogar mediante acordos com um eventual Executivo minoritário dos populares.

 

Apesar de não se ter verificado um volte-face, a conversa de uma hora e meia que decorreu na manhã desta terça-feira, 12 de Julho, entre Rajoy e Rivera permitiu confirmar uma posição mais flexível do Cidadãos.

 

No final da reunião, Albert Rivera surgiu perante os jornalistas reiterando que "não estamos na posição de entrar ou apoiar" uma solução de governo do PP. Contudo, Rivera admitiu que "foi uma reunião construtiva, que abre pontes de diálogo" entre os dois partidos, com o líder do Cidadãos a, impossibilitado o plano A do partido, mostrar-se disponível para negociar acordos pontuais com um governo minoritário do PP.

 

Rivera insistiu que o Cidadãos pretendia negociar a três com PP e PSOE – ampla aliança moderada – e lamenta a indisponibilidade demonstrada pelos socialistas de sequer se sentarem à mesa. Portanto "o plano B é um governo em minoria do PP com Mariano Rajoy", resumiu.

 

Este fim-de-semana, contrariando pedidos como o feito pelo ex-líder Felipe González, que defende que os socialistas viabilizem um governo do PP, o Comité Federal do PSOE decidiu manter a rejeição a viabilizar qualquer solução governativa do PP, sustentando que os espanhóis decidiram colocar o partido na oposição.

 

Rajoy quer ser investido

 

Depois de as eleições de 26 de Junho terem reforçado (votos e mandatos) a posição do PP no Congresso espanhol (equivalente à Assembleia da República), Mariano Rajoy anunciou que desta vez não renunciaria à responsabilidade de formar governo. Ou seja, ao contrário do que aconteceu em Janeiro último, agora Rajoy pretende mesmo apresentar-se perante os deputados para tentar ser investido como primeiro-ministro.

 

"Disse-me que tem a ‘intenção’ de tentar ser investido", confirmou Rivera esta manhã. Rajoy deverá tentar fazê-lo na última semana de Julho ou na primeira de Agosto. O Congresso toma posse em 19 de Julho, iniciando-se a ronda de auscultação do rei aos partidos. Só depois Felipe VI convidará Mariano Rajoy a tentar formar governo.

 

Porém o problema de Rajoy mantém-se, pois para ser investido numa primeira votação precisa dos votos dos 85 deputados do PSOE a que poderão, ou não, juntar-se os do Cidadãos.

 

Ou, numa segunda tentativa, e para constituir um Executivo com suporte parlamentar minoritário, o ainda primeiro-ministro espanhol precisa juntar aos 137 deputados populares os cinco dos nacionalistas bascos (PNV), o parlamentar da Coligação Canária e ainda o deputado da Nueva Canária que concorreu naquela região como independente integrado nas listas do PSOE.

 

Certo é que, como hoje realçou novamente Albert Rivera, é preciso evitar terceiras eleições que prolongariam o impasse político e o bloqueio institucional de Espanha. Ainda esta terça-feira Rajoy reúne-se com Pablo Iglesias, secretário-geral do Podemos, ficando para quarta-feira a derradeira reunião antes da tomada de posse do novo Congresso, com Pedro Sánchez, líder do PSOE. É certo que tanto Iglesias como Sánchez darão uma resposta negativa ao presidente do PP. 

Também esta manhã, os ministros das Finanças da União Europeia (Ecofin) confirmaram a decisão que inicia o processo de sanções a Portugal e Espanha por não terem adoptado "medidas eficazes" para evitar um défice superior a 3%. O presidente do Eurogrupo, Jeron Dijsselbloem, disse esperar de Lisboa e Madrid "uma reacção ofensiva" a esta decisão, o que consiste no anúncio do que "vão fazer acerca dos problemas". Sem governo em plenitude de funções a capacidade espanhola de resposta a Bruxelas surge bastante limitada. A chanceler alemã, Angela Merkel, já pediu a Rajoy que forme governo o quanto antes. 

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