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PSOE mantém veto a governo do PP

No dia em que a Coligação Canária confirmou as expectativas ao anunciar que desta vez Rajoy não rejeitará a responsabilidade de tentar formar governo, os socialistas garantiram que vão votar contra qualquer solução governativa dos populares.

Reuters
05 de Julho de 2016 às 19:41
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Mais de uma semana depois de as eleições gerais espanholas terem reforçado a posição do PP e do primeiro-ministro em exercício, Mariano Rajoy, Espanha continua sem uma solução de governo à vista. Esta terça-feira, 5 de Julho, o PSOE confirmou que mantém a recusa à viabilização de um governo do PP, independentemente de ter, ou não, Rajoy como protagonista.

 

Para preparar o Comité Federal do próximo sábado, Pedro Sánchez, secretário-geral do PSOE, ouvirá até ao final da semana todos os líderes socialistas de cada uma das regiões autonómicas espanholas. Sánchez pretende explicar e recolher apoios àquela que é a posição socialista oficiosamente já assumida: O PSOE vai votar contra qualquer novo governo do PP, recusando também viabilizar tal hipótese através da abstenção.

 

Depois do encontro do número um socialista com a líder do PSOE do País Basco, Idoia Mendia, confirmou - apesar de Sánchez ter voltado a não falar - que "o voto do PSOE será não à investidura de Rajoy". Citada pelo El País, Idoia Mendia explicou que "somos a alternativa ao PP e, nesse sentido, não podemos favorecer nem facilitar um governo do PP".

 

Evidenciando uma ideia já assumida por Pedro Sánchez no dia seguinte às eleições, Mendia também considera que, nesta fase, "a governabilidade do país passa única e exclusivamente pelo PP. Coincidimos [na convicção] de que é Rajoy quem deve tentar" formar governo.

 

Este sábado os socialistas reúnem-se para adoptar uma posição oficial relativa à formação de governo. Para já a direcção do partido mantém a posição assumida logo após as eleições de 20 de Dezembro, recusando viabilizar qualquer solução protagonizada pelos populares.

Contudo esta posição poderá mudar em função daquele que for o grau de governabilidade de Espanha no futuro próximo. Idoia Mendia não vê qualquer problema numa hipotética nova reunião do Comité Federal socialista em Agosto. O que permitiria ao PSOE repensar a sua posição se nessa altura Espanha continuasse sem governo.

 

Rajoy tentará ser investido primeiro-ministro

 

Mariano Rajoy esteve reunido com a Coligação Canária pela segunda vez no espaço de uma semana. No final do encontro, o secretário-geral desta força, José Miguel Barragán, adiantou aos meios de comunicação espanhóis que viu um Rajoy "optimista, mas realista" e que apesar das dificuldades desta feita não enjeitará a responsabilidade de se apresentar perante o Congresso espanhol (equivalente à Assembleia da República) para tentar ser investido primeiro-ministro.


No final de Janeiro Rajoy recusou, por falta suporte parlamentar, apresentar-se no Congresso para tentar formar governo. Desta vez as coisas são diferentes. O último resultado eleitoral permitiu a Rajoy anunciar que não vai "abdicar nem renunciar à responsabilidade de governar", estando disposto a "todas as fórmulas" para o alcançar. Até porque mesmo não dispondo, para já, dos apoios necessários à investidura, Mariano Rajoy acredita que o longo período de instabilidade e incerteza decorrentes da ausência de um governo em plenitude de funções resultará em seu favor.

 

O ainda primeiro-ministro espanhol espera que o PSOE viabilize uma solução governativa por si chefiada ou, por outro lado, que os socialistas (e eventualmente o Cidadãos) aceitem integrar a reiterada proposta para uma ampla coligação entre os partidos considerados moderados. 

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