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PP vence, Podemos desilude, PSOE decide

O PP de Mariano Rajoy reforçou a votação, mas os factores que geraram o impasse nas anteriores eleições repetem-se de forma cruel. Agora inicia-se um novo processo negocial e o PSOE tem a chave da solução e escolhas muito difíceis para fazer.

Reuters
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O PP voltou a vencer as eleições legislativas em Espanha, conseguindo até reforçar a sua votação face ao escrutínio de Dezembro. O PSOE resistiu, mantendo o segundo lugar e subindo ligeiramente face às anteriores eleições. O Podemos acabou por desapontar. Embora mantenha uma votação idêntica, ficou longe das expectativas criadas, tanto nas sondagens divulgadas ao longo da campanha como das sondagens à boca das urnas: ficou atrás do PSOE e falhou o aumento de deputados que esperava com a coligação com os comunistas da Esquerda Unida.

Mantendo-se os resultados verificados à hora de fecho desta edição, quando estavam  contados 90% dos votos, os conservadores liderados por Rajoy obtiveram 33% dos votos, com 136 deputados – mais cinco pontos e mais  13 deputados do que em Dezembro. O PSOE conseguiu também mais votos, mas ficou com menos quatro deputados. O Unidos Podemos manteve-se na terceira posição, com 21% e com o mesmo número de deputados que Podemos e Esquerda Unida tiveram em Dezembro. Cidadãos tiveram 13% dos votos, menos do que o resultado de Dezembro,  já então decepcionante.

O problema é que, apesar da vitória mais expressiva do PP, no essencial este resultado não difere muito do que saiu das urnas a 20 de Dezembro e a partir do qual não foi possível formar um Governo. E uma vez mais, cabe ao PSOE a chave para abrir a porta de qualquer Governo: ou se entende à direita ou se entende à esquerda.

Uma coligação entre conservadores de Mariano Rajoy e socialistas de Pedro Sánchez surge como a solução governativa mais evidente, contando com um eventual apoio dos Cidadãos, de Albert Rivera. PP e PSOE contam com 222 deputados, muito acima dos 176 necessários para a maioria.

O impedimento não é matemático mas sim político. Para Sánchez é muito complicado viabilizar um novo Governo de direita, liderado por Rajoy, e foi precisamente isso que impediu qualquer entendimento entre os dois principais partidos espanhóis no seguimento das anteriores eleições. Porém, o facto do PSOE ter conseguido manter-se em segundo lugar deixa aberta a via para uma coligação à esquerda.

Os socialistas sempre rejeitaram a hipótese de apoiar um governo chefiado por Pablo Iglesias, líder do Podemos, que era uma condição necessária imposta por este último partido. Porém, ficando em terceiro, esta questão deixa de se colocar, deixando margem para uma solução de um governo socialista, apoiado pelo Podemos.

Mas a aritmética não favorece este cenário. Juntos, PSOE e Unidos Podemos reúnem apenas 157 deputados. Para chegar à maioria, teriam de conseguir o apoio de Rivera – que sempre afastou essa hipótese – ou dos partidos regionais, o que também parece improvável.

Porém, Iglésias renovou no seu discurso na noite eleitoral o convite aos socialistas para negociações tendo em vista formar um "governo progressista". À hora de fecho, ainda não tinham falado nem Mariano Rajoy nem Pedro Sánchez.

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