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Rivera lava as mãos à espera que PSOE viabilize governo

O Cidadãos quer negociar a três com PP e PSOE. Populares aceitam, mas os socialistas lembram que a iniciativa cabe ao PP. Rajoy pede calma. E Rivera diz que superar o impasse é responsabilidade dos socialistas.

Reuters
28 de Junho de 2016 às 22:45
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Ainda ninguém percebeu com total clareza qual o posicionamento do Cidadãos e do seu líder, Albert Rivera. Se no dia seguinte às eleições Rivera afiançava que "não há veto" a Mariano Rajoy, esta terça-feira, em Bruxelas, sentenciava que com o primeiro-ministro em exercício no governo, o Cidadãos ficará na oposição.

Na noite seguinte às eleições Albert Rivera telefonou a Rajoy e a Pedro Sánchez, secretário-geral do PSOE, pedindo que sejam iniciadas conversações a três. Donde se conclui que o Cidadãos mantém a intenção de viabilizar, ou integrar, um governo do PP se, e só se, Rajoy - que venceu as últimas três legislativas espanholas - aceitar afastar-se. Algo de todo improvável tendo em conta que o líder conservador foi o único a sair reforçado, em mandatos e votos, das eleições de domingo que, mesmo assim, voltaram a traduzir-se num Parlamento fragmentado em que não se vislumbra nenhuma solução governativa evidente. 

Só que enquanto Rajoy mostrou abertura face àquela proposta, Sánchez atirou a bola para o lado do PP, sustentando que a iniciativa de encetar conversações cabe aos populares. Mariano Rajoy pareceu concordar ao pedir, também na capital belga, onde participa desde ontem no Conselho Europeu, "tranquilidade" para que as negociações possam decorrer "sem pressões". Mas o presidente do PP não perdeu a oportunidade de apontar o dedo, "com todo o respeito", ao facto de Rivera se desmultiplicar em declarações à comunicação social.

Porém Rajoy e Rivera coincidem num ponto. É preciso evitar novas eleições. Mas se o ainda chefe do Governo espanhol está disponível a "todas as fórmulas" de governação, inclusivamente da governar em minoria, Rivera passa a bola ao PSOE porque "é o único que, nesta altura, pode evitar umas terceiras eleições".

Rajoy pede que o deixem governar

"Aquilo que eu quero é que haja governo, que esse governo se constitua rapidamente, porque já estamos em funções há sete meses", disse esta terça-feira Rajoy. Dramatizando a situação, Mariano Rajoy pediu que se não quiserem pactar que ao menos o deixem governar: "Se as outras forças políticas não quiserem, espero que, pelo menos, deixem governar quem ganhou".

Desta feita o presidente do PP não abdica de se candidatar à investidura como primeiro-ministro e aposta tudo na fragilização do PSOE, que perdeu cinco mandatos face a Dezembro, como factor decisivo para desbloquear o impasse político que perdura há sete meses. No entender do jornalista Iñaki Gabilondo, Sánchez não se dar por vencido é "uma virtude, mas também o é saber perder".

Díaz perfila-se para liderar PSOEApesar de nas eleições de domingo o PSOE ter ficado atrás do PP na Andaluzia, a presidente do Governo desta região, Susana Díaz, disse esta terça-feira, à Cadena Ser, que essa derrota não enfraqueceu a sua posição. Até porque "eu não era candidata", disse a rival de Pedro Sánchez pela liderança socialista. Já a derrota nacional do PSOE oferece outra leitura a Díaz: "Não posso conformar-me com 85 mandatos. Imagino que o Pedro [Sánchez] também não". A socialista reiterou que o PSOE deve aceitar os resultados, indo para a oposição e esquecendo a ideia de formar Governo prosseguida, apesar do pior resultado de sempre do partido, por Pedro Sánchez depois das eleições de 20 de Dezembro: "Se com 90 deputados não conseguimos formar governo, menos ainda com 85". Em 9 de Julho reúne-se o Comité Federal do partido para definir uma posição nas discussões para a formação de governo, dia em que poderá ser finalmente declarada a guerra pela sucessão de Sánchez.

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