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Constitucional de Espanha suspende plano independentista da Catalunha
O Tribunal Constitucional espanhol voltou a refrear as intenções soberanistas catalãs, aceitando o recurso interposto pelo governo de Espanha em que solicita a anulação do plano independentista aprovado pelo Parlamento da Catalunha.
Numa decisão tomada por unanimidade, os juízes do Tribunal Constitucional de Espanha deram provimento ao recurso apresentado, na semana passada, pelo governo ainda em funções e em que é pedida a anulação e suspensão imediata do plano independentista aprovado dias antes pelo Parlamento da Catalunha.
Ao aceitar o recurso aprovado na última sexta-feira em Conselho de Ministros, o plano tendente à "desconexão" daquela região autonómica face ao governo central fica automaticamente suspenso por um período de cinco meses. Na quarta-feira passada, dia 27 de Julho, o Parlamento catalão votou favoravelmente - com votos da aliança Juntos pelo Sim e da Candidatura de Unidade Popular (CUP) - a criação de "um mecanismo unilateral de exercício democrático" que pode ser utilizado pelo governo da região (Generalitat) para convocar um referendo sobre a independência daquela da Catalunha.
A decisão hoje tomada pelo Constitucional dá ainda um período de 20 dias para que a presidente do Parlamento da Generalitat, Carme Forcadell, apresente as suas alegações e confirme o assentimento desta decisão. Por outro lado, o Constitucional recorda que o não cumprimento desta decisão coloca Forcadell, a Mesa do Parlamento e o Governo da Catalunha, presidido por Carles Puigdemont, sob "eventuais responsabilidades, incluindo a penal".
Por outro lado, o Constitucional insta também as instituições catalãs, actualmente lideradas por forças soberanistas, a que no mesmo prazo de 20 dias prestem informações sobre o cumprimento, por parte da Generalitat, da decisão tomada por aquele Tribunal que anulou a declaração unilateral de independência aprovada pelo parlamento catalão em 9 de Novembro. Antes o Constitucional já anulara a consulta cidadã sobre a independência da região promovida pela Generalitat.
Para já o Tribunal Constitucional não tomou qualquer decisão sobre uma hipotética acção penal contra Carme Forcadell por desobediência. No seguimento da aprovação do plano secessionista pelo Parlamento catalão, o Executivo ainda chefiado por Mariano Rajoy, além de recorrer para o Constitucional, pediu a abertura de uma investigação a Forcadell sustentando que esta lidera uma instituição de que ataca de "forma flagrante o Estado de Direito e a ordem constitucional".
Prossegue assim a contenda entre o governo e Constitucional espanhóis – a que se juntam partidos da oposição como o PSOE e o Cidadãos – e o bloco secessionista catalão. Na Catalunha há uma divisão clara entre o bloco independentista e o integralista.
Além do Juntos pelo Sim (que integra Convergência Democrática da Catalunha (CDC) e Esquerda Republicana da Catalunha (ERC) e da Candidatura de Unidade Popular (CUP), só a Coligação Catalunha Sim que é Possível (que reúne o Podemos, a Iniciativa pela Catalunha e Verdes (ECV) e a Esquerda Unida e Alternativa) participaram na votação do plano secessionista aprovado na semana passada. As restantes forças faltaram ou ausentaram-se na hora da votação.