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Ucrânia não prevê reunir-se com EUA e Rússia na conferência de Munique
Donald Trump tinha anunciado uma reunião na sexta-feira, no início da Conferência de Segurança de Munique, que vai decorrer até domingo, entre "altos funcionários da Rússia, Ucrânia e Estados Unidos".
"Uma posição comum acordada [com os aliados de Kiev] deve estar em cima da mesa para uma conversa com os russos. (...) Neste momento, não há nada em cima da mesa. As conversas com os russos não estão previstas", frisou Dmytro Lytvyn, conselheiro do Presidente Volodymyr Zelensky, em declarações aos jornalistas, citadas pela agência France-Presse (AP).
Donald Trump tinha anunciado antes que vai decorrer uma reunião na sexta-feira, no início da Conferência de Segurança de Munique, que vai decorrer até domingo, entre "altos funcionários da Rússia, Ucrânia e Estados Unidos".
"A Rússia estará lá com pessoas do nosso país. A Ucrânia também está convidada. Não sei exatamente quem representará cada país, mas serão altos funcionários da Rússia, da Ucrânia e dos Estados Unidos", apontou o chefe de Estado norte-americano em declarações aos jornalistas na Sala Oval.
A Casa Branca, contactada pela AFP, não adiantou de imediato mais pormenores.
Também hoje Donald Trump tinha garantido que a Ucrânia fará parte das negociações para pôr fim à guerra com a Rússia, sublinhando que o Presidente russo, Vladimir Putin, "quer a paz".
"Penso que ele me diria se não a quisesse", declarou Trump à comunicação social na Casa Branca, um dia depois de uma longa conversa por telefone com o líder russo.
Já o Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky apelou hoje para se desconfiar da verdadeira intenção do homólogo russo, de pôr fim à guerra na Ucrânia.
Numa mensagem publicada na rede social X (antigo Twitter), relatando uma conversa telefónica com o primeiro-ministro polaco, Donald Tusk, Zelensky disse ter "avisado os dirigentes internacionais para não confiarem nas declarações de Putin de que está pronto para pôr fim à guerra" que trava há quase três anos no país vizinho.
Também na rede social X, Tusk indicou hoje ter mantido conversas telefónicas com líderes europeus, entre os quais o Presidente ucraniano e o chanceler alemão, Olaf Scholz, para defender que a Ucrânia, a União Europeia (UE) e os Estados Unidos deverão estar "totalmente unidos ao empenharem-se em negociações de paz" com a Rússia.
Scholz alertou hoje para o risco de as negociações conduzirem a uma vitória russa e a uma "desintegração" da Ucrânia, numa altura em que na Europa se teme a ideia de um acordo selado entre Washington e Moscovo a expensas de Kiev.