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Depois dos homens e das mulheres de Davos, é a vez dos robots

Sheryl Sandberg, do Facebook, Jamie Dimon, da JPMorgan Chase, e Jack Ma, da Alibaba, vão dividir os holofotes do Fórum Económico Mundial em Davos com o galardoado robot sul-coreano chamado Hubo.

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19 de Janeiro de 2016 às 12:28
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Hubo pesa 80 quilos e tem a altura de um homem adulto. É capaz de abrir portas, abrir e fechar válvulas, conduzir e subir escadas. Trata-se de um robot desenvolvido na Coreia do Sul e que será uma das atracções do Fórum Económico Mundial de Davos, na Suíça, que começa esta quarta-feira, 20 de Janeiro.

A presença de Hubo neste evento é também reflexo do tema que Davos coloca sobre a mesa na 46.º edição do Fórum Económico Mundial, a quarta revolução industrial. Assim, a inovação tecnológica e o seu impacto na economia e na sociedade estará no centro da discussão no encontro de líderes mundiais na Suíça.

Escreve a Bloomberg que o desafio que se coloca à elite de mais de 2.500 participante de Davos é descobrir "como proteger as empresas e postos de trabalho aproveitando os avanços da inteligência artificial e da robótica, sem exacerbar a frustração económica e a discórdia popular em todo o mundo".

"Se algumas das previsões sobre a tecnologia e sobre o emprego se verificarem, então devem todos ficar preocupados", considera Alan Winfield, professor de robótica na Universidade de West of England, e um dos participantes do Fórum Económico de Davos.

Neste evento, Sheryl Sandberg vai juntar-se ao CEO da Microsoft Satya Nadella para debater como os avanços tecnológicos na área da robótica e da inteligência artificial, que protagonizam a dita quarta revolução industrial, vão transformar as indústrias e as sociedades.

Stephen Schwarzman, presidente do grupo Blackstone, e o CEO do Bank of America, Brian Moynihan, vão abordar os desafios tecnológicos na área das finanças.

Hubo, por sua vez, vai ocupar o espaço que a organização apadrinhou de "Espaço Robot" onde fará uma demonstração. O robot sul-coreano foi desenvolvido pelo Instituto de Ciência e Tecnologia Avançada do país e venceu um prémio de 2 milhões de dólares (1,8 milhões de euros) por superar 22 rivais internacionais numa competição promovida pelo departamento de defesa norte-americano.

A discussão em Davos vai ainda mais longe: há painéis onde se vai debater o que acontecerá quando os robots forem para a guerra, substituindo potencialmente soldados e generais, noutros aborda-se como a inovação está a desafiar a classe média ao implicar a destruição de postos de trabalho.

Uma análise do Fórum Económico Mundial, publicada esta segunda-feira, estima que sejam destruídos mais de cinco milhões de postos de trabalho em 15 das maiores economias mundiais até 2020.

Escreve a Bloomberg que a unidade Merrill Lynch do Bank of America está já a estudar como automatizar o aconselhamento sobre investimentos para clientes com contas inferiores a 250 mil dólares. O Morgan Stanley e o Wells Fargo já assumiram que estão também a ponderar adquirir ou desenvolver robots conselheiros. O fundo Highbridge Capital do JPMorgan está a trabalhar com a Sentient Technologies, uma empresa de São Francisco, para usar inteligência artificial para construir estratégias de investimento.

"Se os executivos forem inteligentes, verão que é um desafio que podem agarrar e que é o interesse das suas próprias firmas", considera Tim Adams, líder o Instituto Internacional de Finanças, citado pela Bloomberg.

O reverso da moeda é a perda de postos de trabalho associada a este desenvolvimento tecnológico. Os analistas da McKinsey estimam que até 2025 os robots ou o software automatizado seja capaz de fazer o trabalho de 140 milhões de trabalhadores.

No discurso do Estado da Nação feito este mês, Barack Obama alertou que "a tecnologia não apenas substitui postos de trabalho na linha de montagem, mas em todos os lugares onde o trabalho pode ser automatizado". Isto pode aumentar a frustração económica que já se faz sentir tanto nos EUA, como na Europa e em outras regiões do globo, escreve a Bloomberg.

Esta revolução tecnológica é a única forma de resolver "os grandes problemas" como as alterações climáticas e as doenças, enquanto contribui para aumentar a produtividade e torna os funcionários melhores no seu trabalho, considera Guru Banavar, vice-presidente da IBM no segmento de computação cognitiva, que tem uma visão mais optimista sobre esta quarta revolução industrial.

"Fundamentalmente, as pessoas têm de ficar confortáveis a usar estas máquinas que estão a aprender e a raciocinar", concluiu, citado pela Bloomberg.

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