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Um algoritmo quer o seu emprego. E agora?

Estarão os humanos do mundo das finanças em perigo?, pergunta a Bloomberg. É que, em Wall Street, o negócio da banca está a mudar. Há mais operações online e menos fatos e pastas de executivos.

Reuters
09 de Junho de 2016 às 20:38
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"As pessoas ainda são o óleo lubrificante das rodas do mundo financeiro, labutando em torno de inúmeras tarefas – executar e fechar operações bolsistas, fazer análises, monitorar o risco. Mas isso está prestes a mudar". Quem o diz é a Bloomberg, num artigo dedicado à corrida ao mundo digital, a que a banca não é alheia.

 

Os bancos, que se têm visto a braços com as baixas taxas de juro, a diminuição das receitas de "trading" e a maior agilidade de concorrentes mais virados para as tecnologias, estão também a começar a reorganizar-se no sentido de se tornarem instituições mais digitais – o que lhes reduz custos e serve melhor os clientes, constata a agência noticiosa.

 

"Por outras palavras, a banca está a preparar-se para o dia em que as máquinas assumirão grande parte do que costumava ser da competência exclusiva das pessoas: o trabalho do conhecimento. A isso chama-se auto-disrupção", acrescenta, numa chamada de atenção às máquinas construídas por homens e mulheres que acabarão por ser suplantados pelas suas criações. Um tema que tem centrado muitas atenções nos últimos tempos mas que é constantemente actualizado com a chegada de mais inovações.

 

Com efeito, é sabido que, devido à automatização de muitas funções, muitos empregos se perderão. Segundo o Citigroup, num relatório divulgado em Março, mais de 1,8 milhões de funcionários de bancos europeus e norte-americanos poderão ficar sem emprego num prazo de 10 anos.

 

E a isso se devem muitos avanços na área da computação na nuvem, bem como os progressos que têm vindo a ser registados em matéria de algoritmos – que são agora capazes de combinar vastos volumes de dados para obterem padrões de ajuda à tomada de decisões, sublinha a Bloomberg.

 

"O cérebro humano é uma máquina admirável, mas não está a mudar. O ritmo dos avanços tecnológicos está a acelerar e a inteligência artificial poderá um dia levar a que muitas formas de trabalho se extingam", aponta a agência.

 

Mas, acrescenta a Bloomberg, o que de facto preocupa actualmente os banqueiros – "aqueles que sobreviveram, ronda após ronda, aos cortes de empregos do pós-crise financeira" – é a forma como os humanos irão coexistir com as máquinas nas próximas décadas. E é por isso que já estão a tentar preparar-se.

 

"Os executivos da banca sabem o que aí vem. Por isso, estão a instalar unidades de codificação e a investir em start-ups, criando parcerias com concorrentes da área digital – ou simplesmente comprando-os". O JPMorgan Chase, por exemplo, está a usar a inteligência artificial para identificar potenciais clientes. E já domina o algoritmo de verificação de clientes, da OnDeck Capital, acelerando assim o processo de concessão de crédito a pequenas empresas.

 

E a Bloomberg dá mais exemplos: "o Bank of America e o Morgan Stanley, que empregam agregadamente mais de 32.000 consultores financeiros humanos, estão a desenvolver ‘robot-conselheiros’, totalmente automatizados".

 

Mas não é apenas na banca que se antevê uma "ameaça" robotizada aos empregos dos "humanos", conforme tem vindo a ser amplamente falado nos últimos anos. Num recente relatório, o Banco de Inglaterra disse estar convicto de que as máquinas ficarão com os postos de trabalho de mais de 80 milhões de norte-americanos e de 15 milhões de britânicos nos próximos 10 a 20 anos – ou seja, 50% da força de trabalho em cada um daqueles dois países, reportou a CNN Money.

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