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Alexis Tsipras pede “mais Europa” e um “regresso aos princípios fundadores” da União

O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, defende que ”não é o momento de falar de saídas, - sejam ‘grexits’ ou ‘brexits’”, mas antes de promover uma Europa mais unida e solidária, de forma a impulsionar o crescimento económico e a combater a desigualdade.

Reuters
21 de Janeiro de 2016 às 14:08
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No Fórum Económico Mundial de Davos, Alexis Tsipras defendeu que "é tempo de voltar aos princípios fundadores da União Europeia", uma Europa onde prevaleça a democracia, a solidariedade e a coesão.

Alexis Tsipras integrou esta quinta-feira um painel em Davos que contou também com a presença de Wolfgang Schäuble, ministro das Finanças alemão, com o ministro das Finanças francês Manuel Valls, com o primeiro-ministro holandês Mark Rutte e com a presidente italiana da Eni, Emma Marcegaglia.

"Temos de ter uma Europa democrática, solidária, temos também de aumentar os nossos orçamentos para reduzir a desigualdade social. Temos de ter um sistema europeu de garantia de depósitos. Temos de encontrar uma solução partilhada para os nossos problemas comuns, como o desemprego", listou o responsável grego.

"É tempo de voltar aos princípios fundadores da União Europeia", concluiu.

O primeiro-ministro grego considera que a Europa está a atravessar uma "crise tripla" que inclui a crise económica, a crise dos refugiados e uma crise de instabilidade, estando a Grécia "no coração" de duas destas.

Em específico sobre a crise dos refugiados, Tsipras diz que a Europa precisa, antes de mais, de decidir como quer lidar com este problema, que considera ser "pan-europeu" e que "diz respeito a todos".

Nesse sentido, "não podemos esperar que apenas alguns assumam o problema", diz, acrescentando que "se queremos uma Europa solidária, o fardo tem de ser partilhado".

A proposta de Tsipras nesta matéria é investir num mecanismo de realocação de refugiados, que traga confiança aos mesmos de que existem ferramentas na Europa preparadas para lidar com esta situação e, assim, travar o tráfico humano.

Sobre a crise económica, Tsipras assumiu que a Grécia "precisa de reformas estruturais significativas", mas salienta que o país necessita igualmente de investimento europeu e privado, de incentivos e, "acima de tudo, de estabilidade".

"Para a Europa progredir necessita de uma agenda de crescimento integrado", defendeu o primeiro-ministro grego.

Sobre a participação do Fundo Monetário Internacional (FMI) no resgate grego, Tsipras acredita que "a Europa poderia ter feito as coisas sozinha", mas que "muita água passou por baixo da ponte" e que, uma vez que alguns países insistiram na participação do FMI e que a Grécia aceitou, então o país "está a trabalhar para prosseguir com a implementação do acordo".

Enquanto Alexis Tsipras elogia o esforço conjunto da sociedade grega em Davos, os agricultores gregos protestam contra os cortes nas pensões e o aumento dos impostos, bloqueando estradas de acesso fundamentais com tractores, conta a Bloomberg.

A par disso, prossegue a greve de 48 horas que colocou a maioria dos ferries atracada nas docas e a greve dos trabalhadores ferroviários, que está a afectar a circulação dos comboios.

Mais de dois mil advogados, engenheiros, notários, médicos e outros trabalhadores por conta própria reúnem-se esta quinta-feira em Atenas para protestar contra a reforma do sistema de pensões.

Há ainda paralisações marcadas para 4 de Fevereiro, adianta a agência.

O Governo grego está a ser pressionado para avançar com a reforma do sistema de pensões, sendo esta uma pré-condição para o país conseguir mais financiamento dos seus credores europeus e do FMI.

 

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