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EUA vão acelerar aprovação de combinações de medicamentos para tratar o cancro

A novidade foi dada por Joe Biden no Fórum Económico Mundial de Davos, no mesmo evento escolhido pela MSD para anunciar que chegou a acordo com a Davi para submeter para aprovação uma vacina contra o ébola até ao final de 2017.

20 de Janeiro de 2016 às 13:31
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O vice-presidente dos EUA, Joe Biden, informou esta terça-feira que o país vai acelerar os processos de validação de combinações de medicamentos promissores para combater o cancro. O governo norte-americano quer encontrar cura para a doença "de uma vez por todas".

A intenção do governo norte-americano de acelerar os processos de validação de medicamentos combinados foi anunciada por Joe Biden esta terça-feira no Fórum Económico Mundial de Davos, numa conferência que reuniu especialistas na doença. Biden, que perdeu o filho Beau de 46 anos, vítima de cancro, no ano passado, foi escolhido por Barack Obama para liderar esta iniciativa governamental.

As terapias com base na combinação de diferentes medicamentos são consideradas cada vez mais centrais para tratar tumores, mas colocar esses medicamentos combinados no mercado por ser um processo lento e dispendioso, explica a Reuters.

"A Food and Drug Administration [regulador norte-americano] fez o compromisso de conseguir que todos se movam mais rapidamente na aprovação de medicamentos combinados", disse Biden, acrescentando que os executivos do sector farmacêutico "mostraram-se disponíveis para tentar novas formas de fazer negócio", de forma a permitir que medicamentos de diferentes empresas sejam testados de forma combinada o mais cedo possível.

Os especialistas estão particularmente entusiasmados com os desenvolvimentos ao nível da imunoterapia, cujas terapias visam ajudar o próprio sistema imunitário a combater a doença. Este tipo de medicamentos são bastante caros - custando tipicamente mais de mil dólares por ano por paciente - e as empresas são tradicionalmente muito ciosas e não partilham informação sobre as experiências realizadas quando estas ainda estão na fase inicial, explica a Reuters.

No último discurso sobre o Estado na Nação, Obama foi criticado por alguns especialistas por ter uma abordagem simplista sobre a doença ao pedir que "os EUA sejam o país que cura o cancro de uma vez por todas".

A iniciativa do Governo Obama faz lembrar a "guerra ao cancro" de 1970, promovida por Nixon, e que não teve sucesso, uma vez que os cientistas descobriram então que o cancro não é uma única doença, mas centenas.

"Não sou ingénuo o suficiente para pensar ou sugerir que vamos descobrir a cura para todos os tipos de cancro no mundo a curto prazo", disse Joe Biden, reconhecendo a complexidade do problema.

Também em Davos, onde a saúde é um dos temas-chave a conferência, a Merck Sharp & Dohme (MSD) anunciou que chegou a acordo com a Gavi - a maior fornecedora de vacinas para países em desenvolvimento - para submeter para aprovação regulatória a sua vacina experimental contra a Ébola até ao final de 2017.

A Davi vai investir 5 milhões de dólares no desenvolvimento da vacina e a MSD comprometeu-se a garantir que 300 mil doses estarão disponíveis a partir de Maio para testes clínicos e emergências, conta a Bloomberg, acrescentando que a Merck sujeitou entretanto à Organização Mundial de Saúde um pedido de autorização do uso da vacina em casos de emergência.

Em Julho, um estudo publicado pela publicação médica Lancet dava conta que a vacina da MSD se mostrou 100% eficaz quando testada em mais de quatro mil pessoas que tiveram em contacto próximo com pacientes com ébola na Guiné, escreve a agência.

(Artigo corrigido às 11:18 de 21-01-2016. Alterada a denominação Merck por Merck Sharp & Dohme (MSD), o nome da empresa utilizado na Europa depois de uma batalha legal com a Merck alemã. Assim, o uso da denomiação Merck & Co restringe-se aos EUA e ao Canadá. No resto do mundo, o nome correcto é Merck, Sharp & Dohme, ou, MSD)

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