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Descoberta para tratamento do cancro com resultado "extraordinário"

As células imunitárias, chamadas de células T, são retiradas do paciente com cancro, alteradas e novamente inseridas no doente. Esta alteração faz com que sejam capazes de travar a capacidade do cancro para proteger-se do sistema imunitário do paciente. Esta descoberta está a ser considerada como "extraordinária".

Negócios 16 de Fevereiro de 2016 às 17:03
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Um tratamento experimental para o cancro está a ter muito destaque na imprensa internacional. Cientistas encontraram uma forma de colocar células do sistema imunitário a combater o cancro depois de "trabalhadas" em laboratório.

O jornal inglês The Guardian explica que a ciência tem apelidado de "extraordinário" o sucesso alcançado por esta terapêutica, ainda nos seus primeiros ensaios clínicos. O tratamento incide sobre as células T e para ser administrado exige a remoção das células imunitárias do paciente. Estas células passam a ser marcadas com moléculas receptoras que têm como alvo um cancro específico. As outras células T têm como alvo gripes e outras infecções. Após este "tratamento", as células voltam para o corpo humano. Associadas às células T, estas moléculas reduzem a capacidade do cancro para proteger-se do sistema imunitário do paciente, revela a cadeia britânica Sky News.

Num estudo, cita o The Guardian, 94% dos participantes com leucemia linfoblástica aguda viram os sintomas desaparecer por completo. No caso de doentes com outros tipos de cancro no sangue, as taxas de resposta foram superiores a 80% e mais de metade dos pacientes experienciou uma remissão completa.

O investigador Stanley Riddell, do Fred Hutchinson Cancer Research Center em Seattle, que falou sobre esta descoberta na American Association for the Advancement for Science (AAAS), defendeu que esta não tem precedentes na medicina. O cientista, de acordo com a Sky News, salientou ainda que os resultados obtidos com estes testes têm potencial para alterarem o paradigma do tratamento do cancro acrescentando, porém, que muito ainda tem de ser feito na luta contra a doença. Até porque, salientou, não ficou claro quanto tempo os pacientes que ficaram livres dos sintomas da doença continuariam em remissão.

Em declarações à BBC, Stanley Riddell afirmou: "essencialmente o que este processo faz é reprogramar geneticamente as células T para procurarem, reconhecerem e destruírem as células tumorais dos pacientes". Os pacientes "estavam mesmo no fim da linha em termos de opções de tratamento e, ainda assim, apenas uma dose desta terapia colocou mais de 90% destes pacientes em remissão completa na qual não conseguimos detectar nenhumas células com leucemia", acrescentou.

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