Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Líder do setor privado da água em Portugal entra na corrida às concessões de eletricidade

A Indaqua vai participar, com o suporte da empresa que abastece Roma, nos concursos para a atribuição de concessões de distribuição de energia elétrica em baixa tensão, que serão lançados pelos municípios portugueses.

04 de Julho de 2024 às 11:27
  • ...

Líder das concessões de água em Portugal, abastecendo mais de 800 mil pessoas em 10 municípios, sobretudo no Norte do país, a Indaqua acaba de anunciar que pretende entrar nos concursos de concessão que se avizinham na distribuição de eletricidade em baixa tensão (BT), que serão lançados pelos municípios portugueses.

 

O maior operador privado do setor em Portugal conta para o efeito com a consultoria industrial da Areti, empresa do grupo Acea responsável pela distribuição de 9,2 TWh por ano de eletricidade, setor onde é a segunda maior operadora italiana, servindo 2,8 milhões de habitantes.

 

"Depois de recentemente ter expandido geograficamente, com a entrada no mercado espanhol de abastecimento de água, através da aquisição de uma empresa em Palma de Maiorca, a Indaqua procura agora expandir também as suas áreas de atuação para a distribuição de eletricidade em baixa tensão", avança a empresa, em comunicado.

A Indaqua lembra que a recente resolução do Conselho de Ministros que estabeleceu definitivamente a calendarização para os concursos de atribuição de concessões municipais de distribuição eletricidade "veio dar o tiro de partida num processo que se inicia a 31 de julho deste ano e se prolonga até 30 de junho de 2025, data-limite para o lançamento de todos os concursos públicos por parte dos municípios".

 

"Estes concursos representam um momento estratégico para o país, nomeadamente, para o cumprimento do Plano Nacional de Energia e Clima 2030. A gestão destas concessões vai exigir princípios fundamentais que estão perfeitamente alinhados com aqueles que temos seguido nas nossas concessões municipais de água e saneamento: sustentabilidade, eficiência e qualidade do serviço à população", enfatiza Pedro Perdigão, CEO do grupo Indaqua.

 

"Associarmo-nos à Areti e ao grupo Acea é uma garantia de partilha de experiência para ambos, que reforça a confiança neste passo conjunto: a Indaqua tem visibilidade sobre a gestão no mercado nacional e operações em vários concelhos em Portugal; a Areti tem o conhecimento específico sobre a distribuição de eletricidade", explica o mesmo gestor.

 

Com um efetivo da ordem das 750 pessoas, a Indaqua detém em Portugal oito concessões municipais de distribuição de água, assim como uma parceria público-privada (PPP) - em Santa Maria da Feira, Matosinhos, Oliveira de Azeméis, Santo Tirso/Trofa, São João da Madeira, Vila do Conde, Barcelos, Marco de Canaveses e Paços de Ferreira.

 

Acresce o serviço de abastecimento de água nas regiões de Muro e Alcúdia, em Maiorca, Espanha, no quadro da aquisição da Fusosa, em outubro passado.

Indaqua mudou de dono três vezes nos últimos anos

 

Nos últimos anos, a Indáqua já mudou de mãos uma, duas, três vezes.

 

Em 2016, a Mota-Engil vendeu a sua posição de controlo na empresa, por 60 milhões de euros, à Miya, empresa fundada pela empresária israelo-americana Shari Arison - considerada a mulher mais rica de Israel -, integrando o grupo de investimento Arison.

 

Mais tarde, em dezembro de 2018, o grupo português acabou também por alienar, à mesma Miya, a sua posição maioritária na Vista Water, empresa angolana que desenvolve neste PALOP sistemas de abastecimento de água urbanos e rurais.

 

Três anos depois, no início de 2019, o grupo israelita vendeu a Miya Water, a empresa que detém a Indáqua, à "private equity" internacional Bridgepoint.

 

A 10 de setembro do ano seguinte, a Bridgepoint anunciava tinha vendido o controlo da Miya Water ao fundo Antin Infrastructure Partners, empresa fundada pelo francês Alain Rauscher e o britânico Mark Crosbie, e que conta com escritórios em Londres, Paris, Luxemburgo, Nova Iorque, Singapura, Seul e Luxemburgo.

 

A Bridgepoint não revelou o valor da operação, mas fontes do mercado financeiro avaliaram o negócio em 600 milhões de euros.

 

Entretanto, no início do ano passado, o fundo Equitix esteve em negociações exclusivas para a compra da Indaqua ao Antin Infrastructure Partners, um negócio avaliado em cerca de 800 milhões de euros, mas a operação acabou por não se concretizar.

 

Ver comentários
Saber mais indaqua água eletricidade concessões pedro perdigão areti acea
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio