Foi após a apresentação dos resultados do terceiro trimestre que Dexter Goei, CEO da Altice, recordou aos analistas que a proposta que a empresa francesa entregou para comprar a PT Portugal "está totalmente financiada e não vai ser necessário mais capital".

"Viram que temos uma proposta concorrente à nossa, mas também podem ver que não está financiada, ainda está sujeita a 'due dilligences' e ainda está sujeita a aprovações internas. Tendo em conta isso, achamos que não é uma proposta concorrente", disse Dexter Goei, em conferência telefónica com analistas.

O gestor admite que "o processo se possa tornar mais claro nos próximos dias, ou provavelmente semana, após os accionistas brasileiros e portugueses souberem o caminho a tomar".

Quanto à necessidade de financiamento, o CEO da Altice defende que a empresa não necessitará de recorrer a aumentos de capital. "Se nós garantirmos a compra da PT, temos que passar por um período de avaliação regulatória e por isso não vemos necessidade de aumento de capital, a não ser que tenhamos uma aquisição de dimensão transformacional, mas eu vejo isso num horizonte próximo, mesmo que continuemos a consolidar em França", detalhou.

Dexter Goei recordou que a PT SGPS tem direito de veto sobre a operação de venda da PT Portugal, contudo não quis fazer mais comentários sobre a matéria, dizendo apenas que "nós temos um bom 'track record' em termos de aquisições e fusões, tendemos em dizer que sabemos o que estamos a fazer e esperamos ser bem-sucedidos".

O responsável ainda referiu os resultados apresentados pela PT Portugal, na passada quarta-feira, sublinhando que "o negócio está bastante bom e estável, nós gostamos do mix do seu negócio e as margens brutas são muito atractivas e há espaço para crescer e por isso estamos interessados em adquirir o negócio".

A Altice está empenhada "em terminar o processo da SFR [operador francês comprado recentemente], estamos a duas semanas disso, seremos reactivos a um cenário de consolidação se tivermos necessidade para isso, mas estamos 100% focados na integração deste negócio".

O grupo francês, detido por Patrick Drahi (na foto), foi o primeiro a entregar uma proposta para adquirir a PT Portugal, por um valor de 7.025 milhões de euros, uma proposta ultrapassada pela entregue pela Apax Partners e Bain que propõe pagar 7.075 milhões de euros. Estes últimos condicionaram a sua oferta a um conjunto de situações, nomeadamente à resposta de um conjunto que questões que fizeram chegar à Oi.