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Sem OPA, Dia arrisca insolvência ou liquidação, avisa CEO

Se a oferta lançada pelo milionário russo Mikhail Fridman não for bem sucedida, o Dia poderá não encontrar alternativas para escapar à insolvência, alerta o presidente executivo do grupo retalhista espanhol.

23 de Abril de 2019 às 09:42
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O presidente executivo do Dia, Borja de la Cierva, está a pressionar os acionistas do grupo retalhista espanhol para que aceitem a oferta pública de aquisição (OPA) lançada em fevereiro pelo milionário russo Mikhail Fridman, através do fundo LetterOne, cujo prazo de concretização foi adiado devido à fraca aceitação que está a ter. Sem OPA, diz o responsável numa carta aos acionistas, pode não haver condições para manter a empresa.

"Devo recordá-los que, se a oferta não tiver um resultado positivo, o aumento de capital aprovado pelos acionistas e assegurado pelo LetterOne não poderá efetuar-se e, nesse caso, existe um risco elevado de que o Dia não disponha do tempo necessário para encontrar soluções alternativas que permitam repor devidamente os seus fundos próprios e dispor da liquidez necessária para o desenvolvimento normal dos seus negócios", pode ler-se na carta, citada pelo jornal espanhol El Economista.

Borja de la Cierva refere-se ao aumento de capital de 500 milhões de euros, montante que será injetado pelo fundo LetterOne, mas apenas na condição de a OPA avançar. O grupo Dia está, atualmente, em situação de falência técnica e, sem este aumento de capital, corre risco de insolvência.

O atraso na concretização da OPA tem travado outras operações em curso do grupo, incluindo vendas de lojas que poderão render vários milhões de euros. É o caso da venda de 258 lojas das marcas Dia Maxi e Dia Market, nas quais grupos como o Lidl, Carrefour e AhorraMás já demonstraram interesse. Também a venda das cadeias Clarel (que o grupo Dia também gere em Portugal) e Max Descuento está condicionada ao resultado da OPA.

É perante este cenário que o presidente executivo do Dia afirma que, se a OPA falhar, o grupo terá de passar por um "processo de reestruturação da sua dívida (incluindo a conversão de dívida em capital) e por um processo de insolvência ou de dissolução e liquidação da empresa". Todas estas situações, acrescenta, poderão resultar em "perdas substanciais ou totais do investimento feito na empresa".

A OPA, lançada sobre os 70,99% do grupo Dia que Mikhail Fridman ainda não controla, foi feita pelo milionário russo através do fundo LetterOne, que oferece 0,67 euros por ação, valorizando o grupo em 417 milhões de euros. Para poder avançar, a OPA teria de ser aceite por, pelo menos, metade dos acionistas detentores das ações alvo da OPA. Contudo, a 16 de abril, só 3,3% dos acionistas tinham aprovado esta oferta, razão pela qual o prazo da operação foi adiado para 30 de abril.
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