Notícia
Extensão do prazo da OPA ao Dia paralisa operações do grupo
Com um nível de aceitação da OPA muito abaixo do necessário, o prazo foi adiado para 30 de abril. Até lá, o grupo Dia não consegue avançar com várias operações em curso, incluindo uma injeção de capital.
22 de Abril de 2019 às 12:13
A extensão do prazo para a aprovação da oferta pública de aquisição (OPA) lançada em fevereiro pelo milionário russo Mikhail Fridman sobre o grupo espanhol Dia está a colocar pressão sobre as operações da retalhista. Segundo avança o espanhol Cinco Días esta segunda-feira, 22 de abril, com o adiamento do prazo de aceitação da OPA para 30 de abril, o grupo não consegue avançar, até lá, com várias operações que tem em curso, incluindo uma injeção de capital e a venda de lojas de várias marcas.
A OPA, lançada sobre os 70,99% do grupo Dia que Mikhail Fridman ainda não controla, foi feita pelo milionário russo através do fundo LetterOne, que oferece 0,67 euros por ação, valorizando o grupo em 417 milhões de euros. Para poder avançar, a OPA teria de ser aceite por, pelo menos, metade dos acionistas detentores das ações alvo da OPA. Contudo, a 16 de abril, só 3,3% tinham aceitado esta oferta, razão pela qual o prazo da operação foi adiado para 30 de abril.
A concretização da OPA implica uma injeção de 500 milhões de euros no capital do Dia, por parte do LetterOne, montante de que o grupo necessita para sair da situação de falência técnica em que se encontra. Contudo, esta operação só será realizada se e quando a OPA avançar, pelo que, para já, a situação financeira do grupo espanhol está em suspenso.
Há outras operações que podem ficar pelo caminho caso a OPA não avance. No final de março, o Dia acordou com o regulador do trabalho em Espanha o despedimento de 1.604 trabalhadores, um número que poderá reduzir-se se conseguir vender 258 lojas das marcas Dia Maxi e Dia Market, que não são rentáveis. Grupos como o Lidl, Carrefour e AhorraMás já demonstraram interesse nestas lojas, mas a incerteza sobre o futuro do grupo espanhol está a travar este processo.
Outra operação colocada em causa, de maior dimensão financeira, é a venda das cadeias Clarel (que o grupo Dia gere também em Portugal) e as Max Descuento. O objetivo seria vender estas duas cadeias antes deste verão, tendo em conta o interesse já manifestado por vários grupos. Uma vez mais, a operação está condicionada pelo resultado da OPA.
A OPA, lançada sobre os 70,99% do grupo Dia que Mikhail Fridman ainda não controla, foi feita pelo milionário russo através do fundo LetterOne, que oferece 0,67 euros por ação, valorizando o grupo em 417 milhões de euros. Para poder avançar, a OPA teria de ser aceite por, pelo menos, metade dos acionistas detentores das ações alvo da OPA. Contudo, a 16 de abril, só 3,3% tinham aceitado esta oferta, razão pela qual o prazo da operação foi adiado para 30 de abril.
Há outras operações que podem ficar pelo caminho caso a OPA não avance. No final de março, o Dia acordou com o regulador do trabalho em Espanha o despedimento de 1.604 trabalhadores, um número que poderá reduzir-se se conseguir vender 258 lojas das marcas Dia Maxi e Dia Market, que não são rentáveis. Grupos como o Lidl, Carrefour e AhorraMás já demonstraram interesse nestas lojas, mas a incerteza sobre o futuro do grupo espanhol está a travar este processo.
Outra operação colocada em causa, de maior dimensão financeira, é a venda das cadeias Clarel (que o grupo Dia gere também em Portugal) e as Max Descuento. O objetivo seria vender estas duas cadeias antes deste verão, tendo em conta o interesse já manifestado por vários grupos. Uma vez mais, a operação está condicionada pelo resultado da OPA.