Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Comissária lava as mãos da venda do Banif ao Santander

Margrethe Vestager, em entrevista à SIC, diz que "neste momento" não sabe de mais nenhum banco com problemas em Portugal. E não tem certeza sobre a possibilidade de o Estado vir a recuperar o dinheiro injectado no Banif.

03 de Fevereiro de 2016 às 09:17
  • 17
  • ...

A Comissária europeia da Concorrência rejeita ter favorecido o Santander na compra dos activos saudáveis do Banif e remete para as autoridades locais – em especial o Banco de Portugal – a responsabilidade pela supervisão e pela decisão de resolução da instituição financeira.

"Não, não o fizemos", afirmou categoricamente a comissária dinamarquesa Margrethe Vestager quando, em entrevista à SIC, foi questionada sobre se a venda ao banco espanhol resultou de uma indicação de Bruxelas.

"É claro que não sei o que se falou entre as duas equipas, mas obviamente não podemos impor um determinado comprador. O que é importante para nós é que o comprador tenha força suficiente para absorver o que compra e garantir que essa entidade é viável. E isso impõe uma certa força e é alvo de troca de discussões. Mas cabe às autoridades decidirem", afirmou.


De acordo com Vestager, o facto de o Santander ser o único candidato com uma oferta vinculativa "tornou-a numa escolha muito limitada para as autoridades. Era importante que acontecesse [a venda] depressa para que o banco pudesse abrir na segunda-feira", justificou.


Apesar de reconhecer que, para Bruxelas, o cenário de resolução tinha vantagens em relação à liquidação do banco – nomeadamente por ser menos oneroso - a comissária coloca a responsabilidade pela aplicação da medida e pelo envolvimento do Estado na injecção de capital nas mãos das autoridades locais.


"A supervisão do banco cabia às autoridades portuguesas e – no que respeita à decisão de resolução – é claro que [cabia] ao Banco de Portugal. (…) Cabe às autoridades locais dizer que isto [resolução] só pode acontecer com ajuda do Estado. E isso tem consequências pelas quais elas mesmo têm de responder", afirmou.


A responsável pela concorrência nos 28 - que "neste momento" diz não ter conhecimento de mais nenhum banco com problemas em Portugal - não tem no entanto certezas sobre a possibilidade de o Estado vir a recuperar os 2.255 milhões de euros injectados via Tesouro e Fundo de Resolução: "Isso ainda está por ver".

Na entrevista, transmitida esta terça-feira na véspera de o Parlamento dar posse à comissão de inquérito ao Banif, Margrethe Vestager revela-se prudente sobre a possibilidade de vir a depor perante os deputados: "Teria de ver o pedido primeiro, se faz sentido, se poderia dar um contributo. Vamos ver", acrescentou.

Ver comentários
Saber mais Santander Banif Banco de Portugal Margrethe Vestager Bruxelas Portugal Parlamento serviços financeiros banca política
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio