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Rui Rio: “A TAP não pode continuar a ser um sorvedouro de dinheiros públicos”
Em entrevista à RTP3, o social-democrata falou ainda sobre a venda do Banif, defendendo que é preciso apurar responsabilidades pelas “coisas más” que aconteceram.
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O social-democrata Rui Rio defendeu esta quarta-feira, 10 de Fevereiro, que a companhia aérea TAP "não pode continuar a ser um sorvedouro de dinheiros públicos".
"Nem pode continuar a acumular prejuízos e greves porque isso é uma afronta ao contribuinte", acrescentou numa entrevista à RTP3.
O antigo presidente da Câmara do Porto referiu que o Estado – agora que detém metade da companhia, após o acordo com o consórcio Atlantic Gateway de Humberto Pedroso e David Neeleman – deve passar a ter uma definição estratégica da empresa.
"E a estratégia da TAP, em termos de serviço público, não pode ser nunca abandonar ou tornar pequenino o aeroporto Sá Carneiro. Isso eu considero inadmissível", acrescentou fazendo alusão ao desinvestimento da companhia no Porto.
O mesmo está a provocar uma guerra aberta entre o actual presidente da câmara da Invicta, Rui Moreira, e a TAP. O autarca já exigiu ao Governo que volte atrás na intenção de cancelar quatro rotas entre o Porto e outras cidades europeias e alertou para a intenção da companhia em suprimir "discretamente" o voo nocturno entre Lisboa e Porto.
A TAP já respondeu com os horários da ponte aérea criada entre as duas cidades.
Na mesma entrevista à RTP 3, Rui Rio apontou para a necessidade de se esclarecer e apurar responsabilidades pelas "coisas más" que aconteceram no Banif.
O social-democrata diz não entender o que se passou com o banco, que em Setembro apresentava uma situação líquida positiva de 675 milhões de euros.
"Se estas contas não estão bem. Se este activo não tem este valor, mas tem menos, é porque está sobreavaliado. É porque os auditores auditaram não estas contas mas as de Junho, que são praticamente iguais, ou o Banco de Portugal, que acompanhava isto, estava a aceitar aquilo que sabia que estava mal", reforçou, apontando o dedo ao Ministério das Finanças e ao Banco de Portugal.
O ex-autarca recordou que o banco "foi desmantelado, vendido às peças, sem qualquer espécie de concurso público" ao Santander e que tal decisão, tomada num fim-de-semana, vai custar aos contribuintes 2,2 mil milhões de euros.