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Banif: Lesados nos Açores avançam com criação de associação

O porta-voz de um grupo de lesados dos Açores do antigo Banif anunciou esta sexta-feira a criação de uma associação para defender os clientes e informou que estão em aberto outras formas de luta.

05 de Fevereiro de 2016 às 20:58
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"A criação da associação é o próximo passo e a unificação das acções a seguir", afirmou aos jornalistas Mário Lima, após um encontro com o chefe do Governo Regional, Vasco Cordeiro, no Palácio de Santana, sede da presidência do executivo açoriano, em Ponta Delgada.

 

A reunião de hoje, na qual estiveram vários clientes que subscreveram obrigações subordinadas do Banif, sucedeu a um protesto, no passado sábado, junto ao Palácio de Santana, que reuniu cerca de meia centena de clientes, tendo na ocasião Vasco Cordeiro, que hoje não prestou declarações, prometido um encontro com os lesados.

 

Mário Lima declarou que o grupo ficou satisfeito com a reunião, "embora apreensivo", pois estas são matérias "muito complexas" e "podem demorar algum tempo" até à sua resolução.

 

"Isto é um processo que sai fora das mãos e do poder da nossa região, no entanto achamos que existe alguma disponibilidade, pelo menos, para se tentar saber de forma mais rápida quais as respostas e, por conseguinte, qual a nossa acção em função dessas respostas", declarou.

 

Desconhecendo, neste momento, o número de clientes do antigo Banif no arquipélago que terão sido lesados com a subscrição de obrigações subordinadas, Mário Lima esclareceu que a informação foi solicitada ao Banco de Portugal que, "por razões legais", não forneceu, mas para a economia açoriana "são muitos".

 

Mário Lima destacou que "existem muitas pessoas a passar dificuldades", pessoas que "têm os seus pequenos negócios" e que ao investirem todo o seu dinheiro em obrigações subordinadas ficaram "sem reserva para poderem dar continuidade a esses pequenos negócios". "Não é só as próprias pessoas que fizeram o investimento, mas todas as pessoas associadas a esses comerciantes que estão em risco de perderem o seu ganha-pão", observou.

 

Questionado se os clientes do antigo Banif admitem fazer protestos, como por exemplo tem acontecido com os lesados do BES, o porta-voz garantiu que "a criação da associação é só o início" e que não se vai ficar por aqui, sem precisar.

 

Sobre o Santander, Mário Lima notou que "a economia funciona à base da confiança" e "se não há confiança num determinado banco que representa neste momento a maioria dos depositantes nos Açores, essa quebra de confiança poderá determinar a saúde económica desse banco".

 

"Já fizemos diligências, escrevemos cartas ao banco para saber da situação de cada um particularmente, a resposta foi evasiva, não temos nenhuma informação acerca do Santander, não se responsabilizam por nada", adiantou, considerando que o banco deve "ser mais cauteloso" em relação aos investimentos feitos pelos clientes.

 

A 20 de Dezembro, o Governo e o Banco de Portugal anunciaram a resolução do Banif, com a venda de parte da actividade bancária ao Santander Totta, por 150 milhões de euros, e a transferência de outros activos - incluindo 'tóxicos' - para a nova sociedade veículo Oitante.

 

A resolução foi acompanhada de um apoio público de 2.255 milhões de euros, a que se somam duas garantias bancárias do Estado no total de 746 milhões de euros.

 

O Banif (em processo de reestruturação desde 2012) era o sétimo maior grupo bancário português e líder de mercado nos Açores e na Madeira. 

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