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Apenas 18% das empresas portuguesas cumprem prazos de pagamento aos fornecedores

De acordo com os dados da Informa D&B, a maior parte das empresas portuguesas encontra-se em incumprimento de prazos de pagamento a fornecedores, sendo que apenas 3,7% das empresas pagam dentro dos prazos acordados.

A Crest Capital Partners tem privilegiado o investimento em empresas industriais portuguesas.
iStock
03 de Julho de 2024 às 16:28
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Desde 2022 que a média de dias de atraso relativamente ao pagamento a fornecedores por parte de empresas portuguesas está a subir. De acordo com dados da Informa D&B, de maio de 2024, entre as grandes empresas portuguesas apenas 3,7% pagam nos prazos acordados, sendo que dois terços pagam com atrasos até 30 dias e há 5,5% de empresas com atrasos superiores a 90 dias. No final de maio, a média de dias de atraso fixou-se em 23,1 dias. 

Estes atrasos registados nos pagamentos podem vir a gerar graves constrangimentos na liquidez das empresas credoras, afetando a disponibilidade das mesmas de fazer frente a investimentos ou compromissos já assumidos, constrangimentos estes que afetam especialmente as empresas mais pequenas. Até ao momento, o montante acumulado por parte de empresas portuguesas por pagar aos fornecedores atinge cerca de 68,2 mil milhões de euros.  


"O comportamento de pagamento das empresas em Portugal terá necessariamente de melhorar e tem, infelizmente, uma enorme margem para o fazer. O cumprimento dos prazos acordados com os fornecedores é um dos fatores considerados nas práticas ESG das empresas. Ora estas práticas terão um peso cada vez maior na avaliação das empresas, com consequências na sua reputação, no acesso a parcerias com outras empresas ou a financiamento e, portanto, na sua capacidade de crescimento.", referiu em comunicado Teresa Cardoso de Menezes, diretora geral da Informa D&B.
 


Apesar de os atrasos nos pagamentos serem transversais a todas as dimensões de empresas, a percentagem de cumpridoras é maior entre as microempresas (21,6%), diminuindo à medida que aumenta a dimensão da empresa. Mas é também nas microempresas que está a maior percentagem de empresas com grandes atrasos, assim como é maior o número médio de dias de atraso. Nas grandes empresas, apenas 3,7% cumprem os prazos acordados com os fornecedores. 
 


Comparando com dados relativos ao panorama internacional, Portugal está entre os países onde menos empresas cumprem os prazos de pagamento. Nos países analisados na última edição do estudo ‘Payment Study’ elaborado com dados de 2023 pela CRIBIS D&B, e no qual a Informa D&B participa com informação das empresas portuguesas, a Dinamarca (94,2%), a Polónia (82,7%) e a Nova Zelândia (81,4%) são os países com maior percentagem de empresas cumpridoras. Portugal, o Egipto e a Roménia são os países onde menos empresas cumprem os seus compromissos de pagamento com os fornecedores.
 

Analisando o contexto europeu, a Diretiva Europeia de Pagamentos, introduzida em 2013, parece ter tido efeito na maior parte dos países, ao contrário do que aconteceu em Portugal. A percentagem de empresas que em Portugal cumpre os prazos de pagamento está a afastar-se dos números registados na Europa. No final de 2023, 47,7% dos países europeus monitorizados pela CRIBIS D&B pagavam dentro dos prazos, uma percentagem que era de 19,2% em Portugal. Esta é a maior diferença dos últimos anos, uma diferença que chegou a ser de 17 pontos percentuais em 2015. 


De acordo com o indicador de Risco Delinquency da Informa D&B, que reflete a probabilidade de, nos próximos 12 meses, uma entidade registar um atraso de pagamentos superior a 90 dias a pelo menos um dos seus credores, quase 9% de empresas mostra um risco médio-alto ou elevado. Cruzando este dado com o indicador de Resiliência Financeira, considerando as empresas com níveis de resiliência mais baixos, a Informa D&B identifica cerca de 41 mil empresas com maior risco de atrasos significativos nos seus pagamentos aos fornecedores.
 

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