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Banco do ex-BPN vendido a sociedade com capitais portugueses e angolanos
O Banco Efisa está preparado para sair das mãos do Estado português. A Pivot, que pertence aos britânicos da Aethel, é a nova dona. Não há preço oficial da operação, mas a mesma terá rondado os 38 milhões de euros.
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"A Parparticipadas informa que, no âmbito do processo de alienação da totalidade do capital do Banco Efisa, chegou a acordo com o candidato Pivot, sociedade de que são accionistas entidades portuguesas e estrangeiras", indica o comunicado da sociedade estatal que pertenceu ao grupo de empresas criadas para gerir os activos e passivos considerados problemáticos do Banco Português de Negócios aquando do processo de nacionalização.
Não há calendário para a operação ficar concluída. "O processo prosseguirá agora com a obtenção, nos termos legais, dos respectivos pareceres e autorizações das autoridades governamentais e de supervisão", diz o comunicado da Parparticipadas, que detém ainda o Efisa. A escolha final para a venda do Efisa havia sido adiada uma semana, com o atraso a ser justificado pela espera da minuta do contrato, que estava a ser trabalhada pelos assessores financeiros e legais da operação.
Este é o terceiro processo de tentativa de venda do banco de investimento do antigo BPN, sendo aquele que chegou a uma fase mais avançada.
Pivot constituída para concorrer ao Efisa
A Aethel foi constituída há um ano, em Julho de 2014, actuando como representante (firma que executa actos e actividades como agente para uma empresa directamente regulada pela Financial Conduct Authority) da Mirabella Advisors. É totalmente detida por Ricardo Santos Silva e Aba Schubert.
Já a Pivot SGPS, sociedade portuguesa, está, segundo o site Racios (que agrega informações sobre empresas), sediada na Avenida das Forças Armadas, n.º 125, 12º andar (a mesma morada onde está a sociedade Abreu Advogados, já que a Pivot não tem domicílio fiscal em Portugal). De acordo com o mesmo site, a sua constituição teve lugar a 3 de Julho de 2015. Esse foi o dia em que fechou o concurso para a reprivatização do Efisa.
Capitais angolanos
Tanto Ricardo Santos Silva como Aba Schubert são, além de accionistas da Aethel, também accionistas da Pivot SGPS, os maioritários. Mário Palhares tem, na Pivot, uma posição mais reduzida. Palhares é o presidente do banco com capitais angolanos em Portugal Banco de Negócios Internacional (BNI), que lançou a operação nacional no ano passado. No currículo conta já com a passagem pelo Banco Nacional de Angola enquanto vice-governador. O projecto estratégico da Aethel não prevê qualquer fusão, nomeadamente com o BNI.
Nos capitais da Pivot encontra-se ainda António Bernardo, consultor da Roland Berger responsável pelas regiões de América Latina, Angola, Moçambique e Portugal. Haverá mais accionistas minoritários nos mercados para onde se quer internacionalizar a instituição financeira.
Crescer para América Latina e África
"Apresentámos uma proposta de internacionalização para o Banco Efisa muito assente em mercados como Portugal, Brasil, Angola e Moçambique com interesses estratégicos de investimento na Europa, América Latina e África subsariana que vão permitir o crescimento sustentado do banco", diz Ricardo Santos Silva, fundador da Aethel, citado no comunicado de imprensa da Pivot emitido após a vitória na corrida.
Injecções de capital antes da venda
De acordo com o Público, serão transferidos 29 postos de trabalho, acrescidos de 12 trabalhadores das sociedades estatais que controlam os activos do antigo BPN e que estão a prestar serviços ao Efisa.
A 24 de Julho, o Estado injectou mais dinheiro na Parparticipadas, que controla o Efisa, totalizando 27,5 milhões desde Março. Esta sociedade ainda tem 12,5 milhões a receber em Setembro e outros 12,5 milhões a entrarem nos cofres em Dezembro. Estas injecções fazem parte do aumento de capital da Parparticipadas. Além do Efisa, esta sociedade estatal tem duas empresas por vender: a Imofundos e a BPN Creditus Brasil, esta última à espera de autorização no Brasil.
Em 2014, já tinham sido colocados 37,5 milhões de euros na empresa para que reforçasse, no mesmo valor, o capital do banco Efisa. O dinheiro serviu para o reembolso de duas linhas de crédito concedidas pelo BPN ao Banco Efisa, que ficaram fora do perímetro da venda do BPN ao BIC.
(Notícia actualizada pela última vez com mais informações pelas 12h21)