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Aethel concorre a banco do ex-BPN com ajuda de capitais angolanos

Mário Palhares, antigo vice-presidente do Banco Nacional de Angola, é accionista da Pivot SGPS, detida pela Aethel, a sociedade que está melhor posicionada na corrida pelo Efisa. O objectivo é apostar na internacionalização.

Bruno Simão/Negócios
23 de Julho de 2015 às 19:12
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A Aethel Partners é um dos dois grupos na corrida pelo Banco Efisa, que pertencia ao BPN. Esta quinta-feira, 23 de Julho, foi divulgado um comunicado, em inglês, com alguns pormenores sobre a sociedade, que já constituiu uma empresa portuguesa para poder fazer a aquisição.

 

"A Aethel Partners orgulha-se de confirmar que é um assessor financeiro exclusivo da Pivot SGPS no processo de venda do Banco Efisa", aponta o comunicado distribuído pelas redacções.

 

A Aethel é a entidade que apresentou o preço mais elevado para ficar com o Banco Efisa, que está nas mãos do Estado, através da Parparticipadas, na sequência da nacionalização do BPN. A oferta ronda os 38 milhões, segundo avança a imprensa e conseguiu confirmar o Negócios, acima do valor que está a ser oferecido pela Patris, que detém a corretora Fincor e a seguradora Real Vida, com um preço abaixo dos 30 milhões.

 

No seu comunicado, a Aethel escreve que a proposta feita pela Pivot, "tanto em termos financeiros como estratégicos", aponta para a internacionalização do banco de investimento do antigo BPN, com intenção de operar não só em Portugal como Angola, Moçambique, Brasil e outros países da América Latina.

 

Quem são a Aethel e Pivot


A Aethel foi constituída há um ano, em Julho de 2014, actuando como representante (firma que executa actos e actividades como agente para uma empresa directamente regulada pela Financial Conduct Authority) da Mirabella Advisors. É totalmente detida por Ricardo Santos Silva e Aba Schubert.

 

Já a Pivot SGPS, sociedade portuguesa, está, segundo o site Racios (que agrega informações sobre empresas), sediada na Avenida das Forças Armadas, n.º 125, 12º andar (a mesma morada onde está a sociedade Abreu Advogados, já que a Pivot não tem domicílio fiscal em Portugal). De acordo com o mesmo site, a sua constituição teve lugar a 3 de Julho, dia em que fechou o concurso para a reprivatização do Efisa.

 

Tanto Ricardo Santos Silva como Aba Schubert são também accionistas da Pivot SGPS, os maioritários, juntamente com Mário Palhares, com uma posição mais reduzida. Palhares é o presidente do banco com capitais angolanos em Portugal Banco de Negócios Internacional (BNI), que lançou a operação nacional no ano passado. No currículo conta já com a passagem pelo Banco Nacional de Angola enquanto vice-governador. O projecto estratégico da Aethel não prevê qualquer fusão, nomeadamente com o BNI. Segundo respostas ao Negócios, haverá mais accionistas minoritários nos mercados para onde se quer internacionalizar a instituição financeira.


A escolha entre a Aethel e a Patris era esperada para o início desta semana, tendo sido adiada, em princípio, para o final da próxima. A justificar este atraso está o facto de ainda se esperar a minuta do contrato, que estará a ser trabalhada pelos assessores financeiros e legais da operação.


Depois da venda, é provável que o banco precise de um reforço dos seus capitais. Em 2014, o Efisa teve prejuízos de 700 mil euros. Segundo tem sido escrito pela imprensa, o interesse na instituição tem existido pelo facto de ter uma licença bancária universal, para lá da parte de banca de investimento. 

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